Em votação simbólica, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou, nesta quarta-feira, 28, um convite ao perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele participou de conversas que revelam como era a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra jornalistas conservadores e políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ainda não há uma data para a oitiva.
De autoria da deputada federal Bia Kicis (PL-DF), o requerimento menciona as mensagens reveladas pela Folha de S.Paulo que mostram que Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), era responsável pela apuração, pela investigação e pela elaboração de relatórios encomendados pelo então presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
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“A troca de mensagens sugere que houve supostamente adulteração de documentos, prática de pesca probatória, abuso de autoridade e possíveis fraudes de provas. Os alvos escolhidos sofreram bloqueios de redes sociais, apreensão de passaportes, intimações para depoimento à PF, entre outras medidas. Todos os pedidos para investigação e produção de relatórios eram feitos via WhatsApp, sem registros formais”, resume a deputada.
Em entrevista a Oeste, Tagliaferro negou ter feito o vazamento das informações, disse que o conteúdo das mensagens reveladas pela Folha é verdadeiro e que agora está sendo perseguido por Moraes. As conversas envolvem troca de mensagens entre Tagliaferro e o juiz instrutor de Moraes no STF, Airton Vieira.