A CPMI do 8 de Janeiro recorreu, nesta terça-feira, 19, ao Supremo Tribunal Federal (STF) da decisão do ministro André Mendonça que afastou a obrigatoriedade do comparecimento do tenente Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao colegiado.
“A decisão agravada não se coaduna com a inafastável e impreterível independência do Poder Legislativo e fere de morte uma das instituições mais caras à democracia republicana, que é a comissão parlamentar de inquérito”, argumentou o presidente da CPMI, deputado federal Arthur Maia (União-BA), no documento.
No documento, o deputado baiano ainda solicitou que o ministro reconsidere sua decisão. Essa é a segunda vez que o Supremo atende ao pedido do depoente, permitindo a ele que possa faltar à oitiva.
A primeira vez aconteceu na terça-feira 12, quando o ministro Nunes Marques, do STF, permitiu à delegada Marília Alencar que faltasse ao colegiado.
“Caso se universalize o entendimento ora agravado, haverá o completo esvaziamento do inquérito parlamentar, porque estará ao alvedrio do convocado, comparecer ou não perante a comissão”, continuou Maia.
Caso o ministro negue a reconsideração, o presidente da CPMI pediu que a decisão seja remetida ao julgamento no plenário do STF com “maior urgência possível”.
ADPF da CPMI contra o Supremo
Mais cedo, Maia disse que acionaria o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pedindo uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) para questionar o STF.
“Vamos questionar a possibilidade de um ministro autorizar ou desautorizar uma convocação feita pela CPMI”, disse Maia a jornalistas. “É preciso que se faça um questionamento objetivo ao STF, pois a ADPF tem efeito vinculante, portanto, ministro nenhum pode ir contra ela, então é o remédio que eu vejo.”
Apenas o presidente da Câmara, do Congresso ou da República pode suscitar uma ADPF. Desse modo, Maia deve conversar com Pacheco, pois a CPMI está no âmbito do Congresso. Contudo, nesta semana, o senador mineiro está nos EUA.
Os caras convocam pessoas que nada tem a ver com o 08/01/23. Esse pessoal tem mais é que ser desobrigado à aparecer.
Comissão Chapa Branca. Melhor que acabe logo.