O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi indiretamente criticado na noite desta quinta-feira, 7, por integrante do primeiro escalão do governo federal. Ao participar de transmissão ao vivo na internet ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o ministro Eduardo Pazuello demonstrou cautela em relação a uma futura agenda de vacinação contra a covid-19 no país. De acordo com o titular da Saúde, não é correto divulgar “um dia D” neste momento.
Leia mais: “Associação Brasileira de Imprensa pede impeachment de Eduardo Pazuello”
“Marcar data para vacinação agora seria brincar com a esperança de cada um”, citou Pazuello durante a live. Diferentemente do ministro, Doria declarou ainda em 2020 que, ao menos no Estado de São Paulo, a vacinação teria início em 25 de janeiro — dia do aniversário da capital paulista. Entretanto, o Instituto Butantan ainda não pediu à Agência Nacional de Vigilância Nacional (Anvisa) o registro de uso — definitivo ou emergencial — da CoronaVac, conforme registrou Oeste mais cedo. Há meses, o imunizante é a aposta do tucano contra a covid-19.
O ministro da Saúde reforçou justamente a necessidade de se aguardar parecer da Anvisa para aplicar qualquer vacina no Brasil, seja ela contra o novo coronavírus ou outras doenças. Sobre a CoronaVac, fez questão de mencionar que o projeto está inserido no Programa Nacional de Imunização (PNI). O mesmo vale para a vacina em produção na Fiocruz, do Rio de Janeiro, em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido) e o laboratório AstraZeneca. São as duas vacinas produzidas no Brasil, destacou Pazuello.
De janeiro a dezembro
Sem cravar uma data específica, diferentemente do que João Doria já fez, Eduardo Pazuello pontuou que o PNI contra a covid-19 planeja começar as aplicações de vacina entre 20 de janeiro e 5 de fevereiro. Ele afirmou que já está acertada a compra de aproximadamente 100 milhões de doses de vacinas, a serem aplicadas em duas fases. A primeira vai até o fim do semestre, enquanto a segunda tem início previsto em julho e se encerrará em dezembro. Para isso ocorrer, o ministro destacou “não há a menor chance de faltar seringa.”
Vale sempre lembrar o velho ditado: “A pressa é inimiga da perfeição”. Todo processo científico tem o seu tempo de maturação e imprevistos durante qualquer desses processos são absolutamente normais. Esse negócio de estipular prazo para esse tipo de coisa é comportamento de picaretas do tipo da Dórinha e desses incapazes do STF.