(J.R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 31 de outubro de 2023)
O Congresso Nacional, o supremo sistema judiciário e as classes intelectuais, que querem pensar por todos os brasileiros, transformaram o Brasil num território livre para o crime. Tomaram 30 anos atrás, ou algo assim, uma decisão fundamental: ficar ao lado dos criminosos e contra os cidadãos. Com o apoio da maior parte da mídia, dos “movimentos sociais” e dos advogados criminalistas mais bem pagos, o Poder Legislativo passou a aprovar sistematicamente, nestas três décadas, leis em benefício direto da bandidagem e dos bandidos.
A grande teoria é que o crime, no fundo, é um “problema social”, causado pela pobreza, pela incompetência dos governos e pela “sociedade”. Enquanto não se resolver isso tudo, sustenta o “campo progressista”, a prioridade do poder público não pode ser a repressão aos atos criminosos. Tem de ser a recuperação moral dos bandidos, a oferta de oportunidades para que possam viver honestamente e, acima de tudo, a multiplicação permanente dos seus direitos diante da Justiça.
Deu espetacularmente certo para os criminosos — e errado para o cidadão. Na última explosão de banditismo no Rio de Janeiro, os marajás do crime organizado queimaram ônibus, fecharam ruas e mostraram quem manda nas suas áreas de ação. O trabalhador ficou sem transporte. É o “novo normal” do Rio. Regiões inteiras da cidade não fazem mais parte do território nacional; é como se tivessem sido ocupadas por uma tropa estrangeira, que não reconhece a existência da República Federativa do Brasil, nem do “Estado”. Nos episódios mais recentes de violência, inclusive, as quadrilhas capricharam em esfregar na cara dos governos que no país controlado por elas existe a pena de morte — e que estão dispostas a continuar aplicando suas sentenças. As autoridades ficam lamentando; falam em mandar “tropas”, mandar “verbas”, mandar o Batman. Sabem que tudo o que tem de fazer no momento é simular atividade e ficar esperando o tempo passar. Daqui a pouco as pessoas esquecem — e o Rio de Janeiro voltará às suas condições normais de temperatura e pressão.
Os brasileiros que cumprem a lei sabem, há muito tempo, que o Estado deixou de assegurar o seu direito constitucional à vida. Sabem, também, que os peixes graúdos do aparelho público que controlam as suas vidas, além dos milionários, vivem num país onde não há crimes, nem qualquer ameaça para a sua segurança pessoal — rodam em carros blindados, têm esquadrões armados em sua volta e não precisam chegar a menos de 50 metros de distância da população. Sua única preocupação é condenar a até 17 anos de cadeia os acusados de um quebra-quebra que consideram “golpistas”.
Viva a cultura Woke (idiotização das massas) #SQN
Me parece, prezado Guzzo, que as Leis foram aprovadas em benefício direto da bandidagem, justamente porque foram feitas por eles e/ou por seus mandantes.
Interessa ao estrangeiro de olhos gordos em nosso território e recursos naturais, bem como nos corruptos e outros agentes do crime, uma sociedade fragilizada, fragmentada, visto que se torna mais fácil de ser dominada.
Atualmente sentimos isso na pele, as mudanças nos cursos de Direito pela Teoria Crítica do Direito, retirante seus operadores de interpretes restritos às Leis para atribuir-lhes funções sociológicas, bem como a alteração da Constituição de 1988, fazendo os MP como demandantes de ações e não tão somente demandados!
Para auxiliar nessa entrega do que é probo, descente e moral, nos mantivemos omissos com as sutis, mas contundentes alterações no Ensino promovidos pelos adeptos da Escola de Frankfurt, Gramsci e Paulo Freire.
Em consequência, tivemos a AMAN e ESG também contaminadas pela coisa podre.
Certamente agora, perderemos força na produção de bens úteis e concretos com crescente aumento da pobreza/miséria até um determinado ponto, ponto crítico, em que perderemos à soberania ou nos insurgiremos numa guerra civil!
Seu comentário foi perfeito!
Guzzo, certeiro !
Seria linda a teoria da recuperação moral e a oportunidade de uma vida honesta se não fosse o ambiente cultural e político do Brasil. A questão é qual o objetivo do sistema criminal no Brasil?
Sugiro que as Facções Criminosas Amigas do Presidente concedam uma Trégua Humanitária no RJ.
Ao mesmo tempo em que o governo de esquerda se empenha em desarmar a população, um conjunto de leis em benefício da criminalidade vai se consolidando ao lado da leniência com as armas de grosso calibre em poder dos traficantes e das milícias. Não será essa uma ação deliberada e com o objetivo de se formarem os famosos “coletivos” no modelo venezuelano, que executam “extraoficialmente” os inimigos do regime ?