O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski permitiu que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB) tenha acesso ao material apreendido na Operação Spoofing. Trata-se de um lote de mensagens atribuídas ao ex-juiz Sergio Moro e a procuradores da Lava Jato, que tiveram seus celulares hackeados por criminosos. A defesa de Cunha poderá fazer cópias dos diálogos que citem o nome do emedebista e que constem na parte do material que não está sob sigilo. Segundo Lewandowski, as conversas interceptadas pelos hackers podem contribuir para o exercício da ampla defesa de Cunha nas ações penais a que ele responde na Justiça.
O juiz do STF argumentou que a Constituição garante a todos o direito de obter “informações de seu interesse ou de interesse coletivo ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade ou do Estado”. Cunha foi preso, em caráter preventivo, em outubro de 2016 por ordem de Moro, então juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba. Depois o ex-deputado foi condenado por Moro a 15 anos e 4 meses de prisão acusado de envolvimento em esquema de pagamento de propina em contratos relacionados a Petrobras. O ex-deputado nega as acusações e assegura que a investigação contra ele tinha motivação política. Em maio, a Justiça permitiu que Cunha responda em liberdade.