Depois da delação do ex-secretário da Saúde, defesa do governador do Rio questiona no STF subprocuradora que atuará na ação de impedimento
A defesa do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, tenta ganhar tempo e adiar novamente a votação que pode definir o impeachment dele ainda este mês.
Na noite dessa sexta-feira, 14, os advogados entraram com uma petição na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a escolha da subprocuradora Lindôra Araújo para atuar no processo de impedimento na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj).
De acordo com os defensores, Lindôra não poderia ter sido designada e a PGR deveria ter feito um sorteio. Foi destacado que a subprocuradora é a responsável pelas investigações dos desvios de recurso da saúde estadual, que se complicaram com a delação premiada do ex-secretário da pasta, Edmar Santos.
Os advogados alegam, por fim, que a escolha de Lindôra não observou o princípio do promotor natural do caso, o que fere a imparcialidade da ação.
Nem a PGR, nem o STF têm legalmente de responder à petição.
Já o recurso da Alerj que pede a queda da liminar que interrompe o início do rito de votação do impeachment do governador terá de ser analisado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes até essa segunda-feira, 17. Se a decisão for favorável à retomada do processo, calcula-se que o afastamento poderá ser votado até o dia 28.
Desespero
Em suas redes sociais, o governador Witzel afirmou não ter receio da delação de seu ex-secretário de Saúde.
Jamais tratei com ex-secretário Edmar qualquer assunto que não fosse governamental. E não temo qualquer delação. Essa é a atitude de um homem desesperado porque está diante da perda do cargo de Ten. Cel. da PM e do diploma de médico, usado para o crime, segundo as investigações. pic.twitter.com/3MJGLl1GlU
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) August 15, 2020
Quem não deve não teme, o Witzel devia deixar votar.
Esse não vale uma nota de R$3,00.