Em uma sessão solene, a Câmara dos Deputados homenageou, nesta terça-feira, 26, a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol), morta em 2018, ao lado de seu motorista, Anderson Gomes.
A sessão ocorre dias depois de a Polícia Federal (PF) prender três suspeitos de serem os “autores intelectuais”, mandantes, do crime. Ao todo, demoraram seis anos para que o trio fosse descoberto e preso.
Entre os presos, está o deputado federal Chiquinho Brazão (ex-União Brasil-RJ), que deve ter a detenção referendada pela Câmara nesta tarde.
O requerimento para realizar a sessão em homenagem a Marielle Franco é de autoria da deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ). Estiveram presentes na homenagem, a vereadora Luíza Erundina (Psol-SP), o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, deputados federais do Psol e membros da sociedade civil/organizações que lutam por justiça no caso Marielle.
A segunda secretária da Câmara dos Deputados, Maria do Rosário (PT-RS), foi quem presidiu a sessão, que começou com uma homenagem a Marielle Franco feita por um grupo de percussão.
“Todas as esferas do Estado brasileiro estavam no planejamento do crime, talvez o mais brutal, desde a redemocratização”, disse Talíria. “A bala que matou Marielle Franco foi uma bala do Estado. Esse mesmo Estado, representado por [então interventor federal no RJ] Braga Netto, que nomeou o chefe da Polícia Civil.”
A deputada ainda cobrou a cassação de Brazão, que foi encaminhada pelo Psol para a Mesa Diretora da Câmara no domingo 24. Agatha Arnaus, viúva de Anderson Gomes, falou por alguns instantes na sessão de forma virtual.
Agatha criticou a presença de entes do Estado no envolvimento da morte de Marielle e de Anderson. Além disso, ressaltou que o Estado “ainda deve muitas respostas” e que o Estado “mata”.
“A luta por justiça não pode parar, a luta por verdade não pode ser esquecida”, disse Agatha. “É uma dor tão profunda, é uma ferida que não vai cicatrizar. Me faltam palavras para descrever a raiva que sinto hoje, não sinto nenhum alívio e nenhuma paz.”
Prisões de supostos mandantes do caso Marielle Franco ocorreram no domingo 24
Além do deputado, foram presos ainda seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão; e o ex-chefe de Polícia Civil do Estado, delegado Rivaldo Barbosa. Os três negam participação no assassinato.
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A audiência de custódia aconteceu diante do magistrado instrutor do gabinete do ministro, desembargador Airton Vieira, na Superintendência da PF no Rio. As prisões preventivas dos três acusados foram mantidas, e eles foram transferidos para o presídio federal, no Distrito Federal (DF).
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Existe um planejamento para que os presos sejam separados nas próximas horas. Barbosa deverá permanecer na unidade penitenciária do DF, enquanto Chiquinho Brazão deverá ser transferido para o presídio federal de Campo Grande (MS), e seu irmnão para a unidade de Porto Velho (RO).
No entanto, as transferências ainda dependem de decisão judicial.
A motivação do crime, segundo a PF
Segundo o Inquérito da PF, Marielle Franco, que era vereadora pelo Psol do Rio de Janeiro, foi assassinada por ser vista como um “obstáculo aos interesses” dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.
A Operação Murder Inc. foi iniciada dias após a homologação da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como o executor dos assassinatos em 13 de março de 2018.
Agora que o desgoverno foi obrigado a queimar o cartucho do ‘caso Marielle’, haverá dança das cadeiras.
A foto parece Rock Horror Show.
QUEM MANDOU MATAR BOLSONARO????
Exigimos apuração exemplar!
A troco de quê? Ela agora virou mártir da democracia? O assassinato, segundo a PF, foi em decorrência de questões de terras, loteamentos, ou seja, por motivos estritamente pessoais. Assim, deveriam compreender que foi um crime comum. Portanto, nada de envolver o Poder Legislativo. Em assim sendo, a Câmara deveria prestar homenagens a todos os assassinados nas ruas deste país, todos os dias.