A Polícia Federal (PF) prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), seu irmão Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE), e o ex-chefe de Polícia Civil Rivaldo Barbosa, por suposto envolvimento na morte da ex-vereadora Marielle Franco, em 2018. A prisão ocorreu na manhã deste domingo, 24.
Os três são suspeitos de “autoria intelectual” dos assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Gomes.
O trio faria parte ainda de uma organização criminosa e obstrução de Justiça. As prisões ocorreram no âmbito da Operação Murder Inc.
Chiquinho Brazão, mandante do assassinato de Marielle Franco
Chiquinho Brazão, de 62 anos, exerceu o cargo de vereador do Rio de Janeiro por quatro mandatos. O último deles coincidiu com o de Marielle, entre 2017 e a data da morte da vereadora, em março de 2018.
Ele se tornou deputado federal pelo Avante em 2022. Brazão atuou como secretário municipal de ação comunitária no Estado do Rio de outubro de 2023 a fevereiro deste ano. O deputado, contudo, acabou exonerado do cargo, depois de o ex-policial militar Ronnie Lessa mencionar o seu nome no caso da morte de Marielle, em delação premiada. Lessa é acusado de atirar contra a ex-vereadora e Gomes.
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Após citarem Chiquinho, o caso caiu no STF. O inquérito já havia parado no Superior Tribunal de Justiça, em virtude da menção de Domingos Brazão, conselheiro do TCE do Rio.
Domingos Brazão
Brazão, irmão de Chiquinho, elegeu-se a um cargo público pela primeira vez em 1996, como vereador do Rio. Dois anos depois, chegou à Assembleia Legislativa do Rio, onde atuou por cinco mandatos como deputado estadual.
O conselheiro do TCE foi citado no processo desde o primeiro ano das investigações, em 2018. Ele passou a ser alvo depois do acordo de colaboração de Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro na noite do crime junto de Ronnie Lessa, o atirador.
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Em 2019, Domingos Brazão se tornou o “principal suspeito de ser autor intelectual” das mortes. Contudo, ele sempre negou participação no crime.
A ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge chegou a pedir a federalização do caso Marielle e Anderson em 2019. Ela denunciou Brazão por obstrução de Justiça.
Apesar de o pedido ser negado, a Procuradoria-Geral da República já avaliava que Domingos teria se aliado a funcionários de seu gabinete, uma advogada e um delegado da PF, para que investigações em âmbito estadual “passassem longe dos reais autores do crime”.
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A família Brazão possui reduto político em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. Domingos já admitiu ter matado um homem em 1987. O local possui forte atuação de milícias. O processo ficou parado, subiu para o Tribunal de Justiça (TJ) em 2000. Em 2002, a Corte Especial rejeitou a condenação.
Rivaldo Barbosa
Barbosa é delegado e tomou posse como chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro em 13 de março de 2018, um dia antes da execução de Marielle. O convite para o cargo veio do então interventor federal do Rio, general Walter Braga Netto, ministro da Casa Civil no governo do Bolsonaro.
Ele deixou o cargo em janeiro de 2019, depois da posse do então governador Wilson Witzel. Barbosa graduou-se em Direito e também ocupou o comando da Direção de Homicídios.
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A pergunta agora é : esse general Richard Nunes está onde agora ?? Será que é um dos “melancias” promovidos durante o governo molusco ???
Os três metralhas.