Pouco depois de a polícia identificar o autor das explosões na Praça dos Três Poderes, nesta quarta-feira, 13, parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiram dificuldades para fazer avançar o Projeto de Lei (PL) da Anistia.
O projeto tem como proposta promover a liberdade de diversas pessoas que se envolveram, em 8 de janeiro de 2023, nas manifestações contra a posse de Lula da Silva como presidente da República. Muitas dessas pessoas seguem presas, mesmo sem o cumprimento, por parte da justiça, do devido processo legal, conforme dizem especialistas.
Bolsonaro participa de força-tarefa
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) disse que a iniciativa [do PL] seria enterrada. “Agora vão enterrar a anistia”. Publicamente, desde o incidente, a direita desenvolve uma força tarefa para reforçar a ideia de que a ocorrência foi apenas um ato isolado.
O receio é que a esquerda e a mídia que apoia o governo federal usem o incidente como propaganda política para prejudicar a imagem da direita e principalmente de Bolsonaro.
“O triste e lamentável episódio que ocorreu hoje na Praça dos Três Poderes deixa muito evidente que é um fato isolado de uma pessoa que claramente sofria transtornos de ordem mental. Nada tem correlação com a direita ou com as vítimas do 08/01″, escreveu o deputado Rodrigo Valadares (União-SE).
O parlamentar é o relator do PL da Anistia. O ex-presidente Bolsonaro, por sua vez, chamou o suicida Tiü França de “maluco” e que não tem “a menor ideia” sobre quem ele era. Seu assessor direto Fabio Wajngarten postou discurso semelhante no Twitter/X.
Moraes aproveita para reforçar seu posicionamento
Nesta quinta-feira, 14, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse que as explosões resultam de ódio político no país. Assim, aproveitou o momento para reforçar sua contrariedade ao PL da Anistia. Conforme o ministro, a pacificação é necessária, mas isso não significa “perdoar os criminosos”.
“O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto. Queira Deus que seja. Mas é um contexto de quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente”, afirmou.
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