Em discurso na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das organizações não governamentais (ONGs), a deputada federal Silvia Waiãpi criticou as políticas de isolamento contra indígenas e elogiou os colonizadores portugueses que chegaram ao Brasil em 1500.
“Quando os desbravadores chegaram, trouxeram consigo algo que não tínhamos: a ciência e a tecnologia”, disse a congressista, que é indígena. “O que trouxe os desbravadores foi a navegação, foi a bússola.”
O discurso de Silvia chama atenção porque contraria a ideia de que os indígenas têm repulsa aos portugueses. Em seu discurso, a parlamentar ressaltou a contribuição dos colonizadores para o país.
“Quinhentos anos se passaram, e estamos sem barco”, disse, referindo-se aos indígenas brasileiros. “Não podemos sequer ter uma arma para nos defender. Nada mudou.”
Quem ganha com a segregação?
Silvia criticou a aquilo que chama de política de segregação contra os indígenas. “Um povo que dominava a ciência e a tecnologia nos subjugou, nos tornou escravos”, disse. “Tantos foram aniquilados, morreram. Outros se suicidaram. Quem lucra com o isolamento?”
Ao se referir aos membros da CPI dos ONGs, a parlamentar disse o seguinte: “Vejam, todos vocês aqui tomam banho de água quente, bebem água gelada e têm a oportunidade de pedir comida no iFood. Nós, não”.
Para Silvia, os indígenas não têm essas possibilidades porque foram “condenados” a viver como se estivessem em 1500, como pessoas que não têm o domínio da ciência nem da tecnologia.
Ela acredita que isso ocorre porque a “sociedade vivente, que domina a ciência nuclear”, quer continuar subjugando os indígenas. “Não tenho raiva; vocês não têm culpa disso”, disse a congressista.
Silvia considera, entretanto, que é preciso uma reparação das políticas de isolamento dos indígenas. “Só porque sou indígena não posso ser tão boa quanto vocês?”, perguntou. “Teremos de ser reduzidos a pessoas que não podem abrir a boca por si mesmos?”
“ONGs lucram com a miséria”
A parlamentar afirmou que, quanto mais indígenas estiverem vivendo na miséria, tanto mais ONGs vão angariar recursos e lucrar com as políticas de segregação. “Elas querem apenas dizer que defendem esses povos”, observou.
Silvia relembrou os recursos tecnológicos aos quais a população urbana tem acesso e pediu que os indígenas também possam obtê-los. “Vocês têm a internet, a medicina nuclear, a cintilografia”, constatou.
“Não existe isso dentro da floresta. Por que vocês nos esqueceram lá, no passado, no meio da floresta?”, acrescentou a congressista.
De acordo com Silvia, as ONGs que supostamente defendem os indígenas ganham com a miséria daquela população. “Até quando vão lucrar com isso?”, perguntou.
“Só quem já viveu no mato, empurrou uma canoa e passou fome pode falar sobre esse assunto”, acrescentou a parlamentar. “Vocês não estão acostumados a ter de matar carpanã no corpo todos os dias. Vivem entre quatro paredes, inclusive protegidos de bandidos e assaltantes.”
QUALQUER PESSOA BEM INTENCIONADA ENTENDE QUE, SE OS INDÍGENAS CONSEGUIREM TODAS AS SUAS
REIVINDICAÇÕES. AS TAIS ONGS NÃO TERÃO MAIS POR QUE EXISTIR.
ONGs na Amazônia é igual a uma máfia. Subjugam os índios SEMPRE.