O Tesouro Nacional informou que 2021 começou com uma conta trilionária a ser paga aos investidores. A dívida que vence este ano já somava R$ 1,31 trilhão no fim de novembro, porém, a quantia deve crescer com a incorporação de juros. O desafio chega num ano decisivo. Isso porque será preciso ditar os rumos das reformas consideradas essenciais para o equilíbrio fiscal do país. No ano passado, o governo federal precisou contrair dívidas de modo a combater o vírus chinês, como o auxílio emergencial e as destinadas a Estados e municípios.
A combinação da maior necessidade de financiamento com a aversão ao risco dos investidores, vitaminada pela desconfiança no que diz respeito à continuidade do processo de ajuste fiscal no Brasil, levou o Tesouro a concentrar boa parte das emissões em títulos de curto prazo. A previsão do órgão é que, no fechamento de 2020, a dívida vencendo em 12 meses será equivalente a 17,4% do Produto Interno Bruto, o maior patamar desde 2005. É preciso reformar o Brasil ou quebrar, adverte o colunista de Oeste Ubiratan Jorge Iorio.
Entre outros pontos, Ubiratan alerta que é importante substituir as políticas temporárias do governo federal, adotadas para atenuar a crise, e tocar as reformas econômicas. “Cataplasmas só vão piorar as coisas, pois a falta de perspectiva de reformas já minou os alicerces da casa. Não dá mais para adiar e é hora de ser curto e grosso: se os poderosos — que todos sabemos quem são — continuarem boicotando as reformas, será a bancarrota”, argumentou o economista, em artigo publicado na edição n° 40 da Revista Oeste.