Executivo faria parte de um esquema que teria movimentado, entre 2006 e 2014, cerca de R$ 1,1 bilhão em valores atualizados
O juiz Luiz Antonio Bonat, substituto de Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, abriu ação penal contra o empresário Walter Faria e outros 21 investigados.
De acordo com ele, todos mantêm ligações com o Grupo Petrópolis, a Odebrecht e o Antígua Overseas Bank por 642 atos de lavagem de dinheiro. A decisão foi tomada na quarta-feira, dia 26.
A peça é resultado da 62ª fase da operação, denominada “Rock City”, deflagrada em 31 de julho do mesmo ano, para apurar o envolvimento de executivos do grupo Petrópolis na lavagem de dinheiro desviado pela Odebrecht de contratos com a Petrobras.
Entenda
A denúncia foi oferecida pela Lava Jato em Curitiba em 13 de dezembro de 2019.
As investigações apontam que Faria, do Grupo Petrópolis, “atuou em larga escala na lavagem de ativos e desempenhou substancial papel como grande operador do pagamento de propinas”.
Ele também teria “atuado no pagamento de subornos decorrentes do contrato da sonda Petrobras 10.000”.
Em contrapartida, o executivo teria recebido “altas somas no exterior e uma série de negócios jurídicos fraudulentos no Brasil”, diz o Ministério Público Federal.
A operação acusa a Odebrecht de repassar o dinheiro ilícito diretamente a contas no exterior relacionadas à empreiteira e ao grupo Petrópolis.
Para isso, teria usado “camadas de contas estrangeiras em nome de diferentes offshores”.