Edmundo González, opositor do ditador Nicolás Maduro na Venezuela, pode ser preso nesta sexta-feira, 30. González foi intimado pela terceira vez pelo Ministério Público (MP) para prestar depoimento. Caso falte novamente, um mandado de prisão será expedido.
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O regime chavista quer interrogá-lo devido a um conteúdo que a oposição publicou no site resultadosconvzla.com sobre o resultado das eleições presidenciais de 28 de julho. A página contém atas digitalizadas do pleito e apresentou uma contagem paralela na qual sugere a vitória de González.
Intimações a Edmundo González pelo regime de Maduro
González não compareceu a duas intimações, ao longo desta semana. Por esse motivo, o político é mais uma vez convocado para comparecer ao gabinete da Procuradoria-Geral até o final da manhã desta sexta-feira.
“De acordo com as leis venezuelanas, se este cidadão não comparecer ao gabinete da Procuradoria-Geral na data indicada, será emitido o mandado de prisão respectivo, considerando que se encontra em presença de risco de fuga e perigo de obstaculização”, advertiu o Ministério Público.
Acusações dos órgãos chavistas
Alinhada ao chavismo, a instituição considera que González “usurpou atribuições” do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), também sob o comando da ditadura de Maduro, ao publicar as atas eleitorais no site. O governo diz que os documentos são falsos.
González, por sua vez, afirmou que o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, atua como um “acusador político” e que não há garantias de independência na investigação conduzida pelo Ministério Público.
Desde o resultado do pleito, que deu vitória a Maduro para um terceiro mandato na Presidência, a população se reúne em protestos em Caracas e pede o fim da ditadura. Nesta semana, o país registrou o maior número de presos políticos da sua história — foram quase 2 mil detidos.
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