Seguem indefinidos os deputados federais que vão compor a Mesa Direta da Câmara ao lado do novo presidente Arthur Lira (PP-AL). A eleição para os cargos da vice-presidência e da secretaria estava programada para ocorrer em sessão no início da noite desta terça-feira, 2. Não houve, porém, acordo prévio entre líderes e legendas. Dessa forma, a votação foi reagendada para as 10 horas da quarta-feira 3.
Leia mais: “Após presidência, Alcolumbre pode ficar com a CCJ”
Esse é o segundo adiamento confirmado em dois dias consecutivos. Primeiramente, a eleição para os cargos da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados deveria ter ocorrido na última segunda-feira, 1º de fevereiro, após a definição do novo presidente da Casa. Ao ser eleito para ocupar a função pelo próximo biênio, recebendo mais de 300 votos, Lira anulou o registro de candidatura do bloco liderado por seu principal adversário na disputa: Baleia Rossi (MDB-SP). Já na condição de presidente da Câmara, o parlamentar alagoano afirmou que o registro fora feito após o prazo definido.
Com a atitude, Lira desmontou a projeção de como ficaria a Mesa Diretora a partir da proporcionalidade entre blocos e partidos políticos presentes na Câmara. Antes de ser dissolvido, o bloco de Rossi contabilizava bancada de 213 congressistas. Dessa forma, teria direito a ficar com três cargos. A partir de acordo entre líderes do bloco, havia, inclusive, a definição de que Marília Arraes (PT-PE) ficaria como primeira-secretária, Rose Modesto (PSDB-MS) seria a segunda-secretária e Joenia Wapichana (Rede-RR) assumiria o papel de quarta-secretária.
Representantes de legendas aliadas a Lira, Marcelo Ramos (PL-AM) e André de Paula (PSD-PE) estavam cotados para assumir a primeira e a segunda-vice-presidência da Câmara dos Deputados, respectivamente. Assim como Luciano Bivar (PSL-PE) ou Vítor Hugo (PSL-GO) ficaria com a responsabilidade de tocar a terceira-secretaria da Casa. A expectativa é que esses acordos costurados com a base do novo presidente da Câmara sejam mantidos na eleição de amanhã.
PT “rebaixado”?
Integrante do bloco de Baleia Rossi, o Partido dos Trabalhadores acabou tornando-se protagonista no imbróglio. Isso porque foi o ofício do PT que fez Arthur Lira anular o grupo. De acordo com as informações, a bancada petista oficializou a aliança com o emedebista às 12h06 da segunda-feira. Contudo, o prazo-limite para tal era até as 12 horas. Assim, a sigla tende a ser rebaixada na Mesa Diretora a ser formada. Pelo critério da proporcionalidade, a legenda deve perder a primeira-secretaria, tida internamente como o “cofre” da Câmara, devido às atribuições financeiras e administrativas.