Três candidatos acusados de organização e participação no ato de 8 de janeiro de 2023 e de acampamentos em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganharam as eleições em cidades do Espírito Santo e de Santa Catarina. Até que haja uma condenação definitiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF), eles poderão exercer seus mandatos em suas respectivas Câmaras Municipais.
Liliane Fontenele, advogada de Itajaí (SC), é acusada de associação criminosa e incitação ao crime pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto envolvimento na organização e financiamento dos atos de 8 de janeiro. Ela também teria organizado acampamentos e arrecadou dinheiro para enviar manifestantes a Brasília.
Segundo a PGR, Liliane gerenciava grupos de WhatsApp e arrecadou contribuições para as caravanas que levaram manifestantes a Brasília. Ela recebeu R$ 200,4 mil via Pix para financiar essas viagens, sendo considerada peça central na organização dos acampamentos.
Embora não estivesse em Brasília no dia 8 de janeiro, Liliane participou de atos simultâneos em Itajaí em apoio aos manifestantes e gravou vídeos de incentivo às ações. Ela também esteve em Brasília um mês antes, participando de outro protesto.
Outros dois eleitos são Armandinho Fontoura, de Vitória (ES), e Pastor Fabiano Oliveira, de Vila Velha (ES). Ambos já foram presos por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Armandinho Fontoura, vereador em Vitória, não chegou a assumir a presidência da Câmara Municipal devido à sua prisão, em dezembro de 2022.
De acordo com as acusações, Fountora supostamente integrava uma “milícia digital privada” que “defendia a ruptura democrática”. Já o Pastor Fabiano foi acusado de liderar o grupo “Soberanos da Pátria”, que supostamente defendia a “tomada do poder pelas Forças Armadas”.
Nenhum candidato preso pelo 8/1 ganhou nas eleições
Nas eleições municipais, nenhum dos 48 candidatos detidos por envolvimento nos eventos de 8 de janeiro foi eleito. No entanto, 25 deles se tornaram suplentes para cargos de vereador.
Um levantamento do jornal Folha de S.Paulo realizado em agosto mostrou que ao menos 48 dos 1.406 presos nos atos participariam das eleições de 2024. Existe a possibilidade de nem todos os presos terem sido identificados como candidatos devido a divergências entre documentos do STF e dados do TSE.
Entre os candidatos identificados, dois disputaram o cargo de prefeito, um de vice-prefeito, e 45 para vereador em 43 cidades. Professora Sheila Mantovanni (Mobiliza), candidata a prefeita de Mogi das Cruzes (SP), obteve 0,66% dos votos. Em Itajaí (SC), Fabiano Silva (DC) recebeu 0,26% dos votos.
Três candidatos não tiveram seus nomes exibidos nas urnas por serem considerados inaptos. Marcos Felipe Bastos (PL), candidato a vice-prefeito de São Mateus (ES), é um exemplo. David Michel Mauricio (PL) usou “patriota preso” como nome de urna para vereador em Paranaguá (PR), mas não concorreu. Michely Paiva (Podemos), em Limeira (SP), também teve sua candidatura indeferida.
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Sempre há um “patso” que se opõe à maioria dos votos. Ou é deliberado; feito por recalque ou essas pessoas sofrem de algum mal. Não tenho pena. No caso acima, o único que não gostou, que vá procurar sua turma!