Ex-governador questiona evidências reunidas pela Odebrecht
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Os advogados do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) puseram em xeque as provas apresentadas pela Odebrecht em julgamento de um caso da Operação Lava Jato. A estratégia é a mesma que já foi usada pelos advogados de Lula (PT), conforme noticiou o jornal Folha de S.Paulo, nesta terça-feira, 15. O processo contra Alckmin se refere a pagamentos para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014, quando ele venceu as disputas para o governo paulista. O tucano é réu sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e caixa dois eleitoral. O Ministério Público garante que Alckmin recebeu R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht, na campanha de 2010, e R$ 9,3 milhões em 2014. A defesa pede acesso integral aos sistemas usados pelo setor de propinas da Odebrecht, apresentados como prova.
O MP afirma que as evidências passaram por perícia. Contudo, os advogados do ex-governador questionam a integridade do material. A defesa alega que não teve acesso. “Como saber se não há mais nada nessa imensidão de documentos que diga respeito aos fatos? Lembrando que a defesa tem o direito de acessar o todo para então escolher os elementos que lhe são úteis para a formulação de suas teses, independentemente de serem ou não utilizados pelos investigadores, ou mencionados na denúncia”, informa a peça, assinada por seis advogados. Eles asseguram que “os sistemas de informática eram facilmente manipuláveis e carecem de cadeia de custódia [o registro da geração e da manipulação dos sistemas] que ateste validade jurídica do material”. A defesa de Lula conseguiu na Justiça acesso amplo aos sistemas utilizados pela acusação.
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Eis aí o criminoso Lula fazendo discípulos. E agora? Abriu precedentes para enterrar de vez o combate aos corruptos…