A Embaixada do Brasil em Buenos Aires informou que está em contato com autoridades argentinas para liberar um caminhão com doações para os atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O veículo está retido na fronteira há mais de 20 dias.
Segundo a embaixada, o carro saiu de Rosário, a 300 km de Buenos Aires, no final de maio, e está retido no posto alfandegário em Paso de los Libres, fronteira com o município de Uruguaiana, no Estado gaúcho.
Responsabilidade pelo atraso
O caso foi divulgado pela Radio France International (RFI). Segundo o veículo de comunicação, os organizadores da coleta e do transporte culparam a embaixada brasileira na Argentina pela demora no apoio aos trâmites burocráticos.
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Consultada, a embaixada afirmou à Folha e S.Paulo que trabalha para conseguir a liberação do caminhão. No momento, o processo depende de uma vistoria pela agência humanitária argentina Cascos Blancos, prevista para os próximos dias.
Dificuldades enfrentadas pelos organizadores
Marília Miños, voluntária que mora em Buenos Aires, participou da organização da coleta de doações para o Estado brasileiro. Ela explicou que uma nova campanha de arrecadação, programada para julho, depende da liberação do caminhão retido.
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Segundo a voluntária, apesar da intervenção da embaixada do Brasil, houve demora na resposta às mensagens enviadas pelos organizadores. “Teve uma lentidão por parte da missão diplomática na resposta às mensagens enviadas pelos organizadores”, denunciou.
Marília também afirmou que feriados locais recentes contribuíram para o atraso no processo.
Empecilhos burocráticos
A embaixada alegou que uma das dificuldades foi a chegada do caminhão ao posto sem a vistoria da Comissão de Capacetes Brancos, os Cascos Blancos. A inspeção da mercadoria geralmente ocorre na cidade de origem, antes da viagem.
Os Cascos Blancos são um órgão do Ministério das Relações Exteriores da Argentina encarregado de projetar e implementar a assistência humanitária internacional.
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Outro obstáculo mencionado pela missão foi a falta de informações nos contatos iniciais dos organizadores. Isso dificultou a identificação do responsável pela carga.