Articulação sobre o nome do deputado Celso Sabino (PA) para liderança revela detalhes da disputa interna pela presidência da Câmara dos Deputados
O processo de expulsão aberto pelo PSDB contra o deputado federal Celso Sabino (PA) ultrapassou as barreiras do partido e chegou aos corredores da Câmara. Agora, a disputa envolve a presidência da Câmara dos deputados.
O pedido para o afastamento foi aberto após o tucano ser indicado pelo Centrão para ser líder da Maioria na Câmara dos Deputados. Conforme Oeste apurou, a indicação passou pelo crivo de 11 partidos do bloco. Contudo, algumas siglas recuaram da indicação após uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
De acordo com congressistas, a indicação de Sabino foi uma estratégia do líder do PP, Arthur Lira (AL), pré-candidato a presidente da Câmara, para enfraquecer Rodrigo Maia. Atualmente, o posto é ocupado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), aliado de Maia.
Como Oeste mostrou, em uma reunião que discutiria a distribuição do fundo partidário, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, anunciou que daria celeridade ao processo de Sabino. Portanto, o tucano nem deve chegar a assumir o posto. O fato representaria uma derrota de Arthur Lira.
O julgamento do pedido contra Sabino estava marcado para esta segunda, 17, mas foi adiado por conta do luto do partido pela morte do ex-deputado Caio Nárcio (PSDB-MG). Agora, a análise está marcada para quarta-feira, 19.
Dividido
Dentro do ninho tucano, a estratégia divide os integrantes da sigla. De acordo com parlamentares, a decisão evidencia o critério de “um peso e duas medidas”.
O líder da Maioria no Congresso é o senador Roberto Rocha (PSDB-MA). Pela mesma correlação sugerida pelo partido, aliados de Sabino ponderam ele não poderia ocupar o posto, uma vez que tal cargo o aproxima do presidente do Congresso e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Outra incoerência avaliada por aliados de Sabino é a permanência do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) na liderança do governo do Senado. Desde 2019, ele é vice-líder do Executivo. “Pelo mesmo critério sugerido pelo Bruno [Araújo], Izalci e Roberto não deveriam ocupar seus postos”, critica um congressista.
Jogo sujo, como sempre.