Nesta quarta-feira, 15, a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann, acusou a mídia brasileira de censurar a defesa dos palestinos e as manifestações. Gleisi disse que a mídia quer fazer o mesmo com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
“É impressionante a arrogância dos editoriais do Globo e Estadão de hoje”, disse Gleisi. “Querem censurar o presidente Lula, determinar as palavras que ele pode ou não pode dizer sobre o massacre da população civil em Gaza”, disse ela no X/Twitter.
Em editorial publicado nesta quinta-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo, o veículo disse que “ao chamar de ‘terrorista’ reação israelense ao massacre promovido pelo Hamas, Lula distorceu o cenário da guerra e confirmou ranço ideológico da esquerda primitiva”.
O que o Estadão e o Globo disseram sobre Lula em seus editoriais
O jornal disse que Lula distorceu completamente o cenário da guerra, igualou situações “inigualáveis” e confirmou “sua incapacidade” de perceber a complexidade do assunto, por ser “prisioneiro” do “ranço ideológico”.
“Lula deveria saber que nenhuma criança palestina estaria morrendo em bombardeios israelenses em Gaza se Israel não tivesse sido covardemente atacado por terroristas do Hamas no dia 7 de outubro passado”, disse o Estadão.
O jornal também lembrou que o Hamas usa crianças como escudos humanos e hospitais como esconderijos, e que o grupo terrorista “nunca se importou que as crianças e os doentes morressem sob bombas israelenses, pois o objetivo é desmoralizar Israel perante a opinião pública mundial”.
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O editorial do Estadão também disse que Lula deveria ter conhecimento de que o objetivo do Hamas é dizimar Israel e os judeus, o que ficou “suficientemente claro com o ataque de 7 de outubro.”
O jornal O Globo criticou a ida de Luciane Farias, a “dama do tráfico”, ao Ministério da Justiça. Respondendo em liberdade depois de ser condenada a 10 anos por tráfico, ela é mulher do chefe do Comando Vermelho no Amazonas, Clemilson Barbosa Farias, conhecido como “Tio Patinhas”. Ele foi condenado há 31 anos por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
“O Brasil vive uma grave crise de segurança, em que as facções criminosas desempenham papel central”, disse o jornal. “Mesmo presos, chefões controlam a venda de drogas, mandam executar rivais e comandam ataques a prédios públicos e incêndios em ônibus. (…) O Ministério da Justiça, mais que qualquer outro, deveria saber disso.”
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É impressionante a arrogância dos editoriais do Globo e Estadão de hoje. Querem censurar o presidente Lula, determinar as palavras que ele pode ou não pode dizer sobre o massacre da população civil em Gaza. A mesma censura que nos impõem sobre manifestações em solidariedade aos…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) November 15, 2023
A deputada Gleisi Hoffmann repudiou as críticas dos jornais sobre a proximidade ideológica do governo Lula com os terroristas que atacaram Israel e o caso não explicado da visita da dama do tráfico em seus gabinetes, com passagens compradas pelo Ministério dos Direitos Humanos.
“Lula elevou o Brasil a um protagonismo inédito na diplomacia internacional, até por expor corajosamente os limites do sistema unipolar em que vivemos”, disse Gleisi.
O Estadão lembrou que Lula tem cometido gafes internacionais. Um dos exemplos foi quando ele culpou os ucranianos quando a Rússia invadiu a Ucrânia e começou uma guerra. “Essa indecência só surpreende os estrangeiros que tinham Lula como grande líder mundial”, disse o jornal.