O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu, nesta quarta-feira, 5, que enfrenta pressões dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao canal GloboNews, ele reconheceu ser alvo de críticas internas.
“Tem fogo amigo, fogo inimigo, aqui tem fogo para todo gosto”, afirmou. “Tenho um discurso coerente desde dezembro de 2022. Estou perseguindo os mesmos objetivos, com a mesma tenacidade e com a mesma certeza de que o Brasil pode melhorar muito e sair dessa armadilha em que entramos dez anos atrás.”
Sem citar nomes, Haddad mencionou “tensões internas”. Nos bastidores, auxiliares do presidente Lula apontam atritos com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Além disso, a presidente nacional do PT e deputada federal pelo Paraná, Gleisi Hoffmann, e outros integrantes do partido já criticaram publicamente sua política fiscal.
O ministro rebateu declarações do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que o chamou de fraco. “Quem tem que dar resposta sobre isso é o presidente da República, que já deu no dia seguinte”, disse, citando feitos econômicos do governo.
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Haddad afirmou que conflitos políticos e econômicos prejudicaram o Brasil na última década. “O país se desorganizou completamente.”
Haddad admite cansaço, mas diz que fica
Apesar de admitir momentos de cansaço, Haddad reafirmou seu compromisso até o fim do governo. “Estou há 30 anos com o presidente da República.”
“Já vivi tempos muito turbulentos”, contou. “De 2013 a 2022 foi uma década muito turbulenta no Brasil, sobretudo para a centro-esquerda. E, nos momentos mais decisivos, eu estava no olho do furacão.”
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Haddad descartou disputar eleições em 2026 e prevê desafios contínuos na gestão orçamentária. “Ficar botando ordem nas coisas é super extenuante e esse trabalho não vai ser concluído rapidamente.”
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Em reunião com o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com líderes partidários, o ministro da Fazenda apresentou 25 propostas da Fazenda para os próximos dois anos. O plano inclui medidas para combater supersalários no setor público, tema que será debatido com senadores e o Supremo Tribunal Federal.