Pouco a pouco, deputados como Coronel Tadeu (PSL-SP), influente membro da bancada da bala, começam a defender o imposto digital para desonerar a folha
Pouco a pouco, a ideia de um imposto sobre transações digitais defendida pela equipe econômica começa a ganhar apelo no Congresso. O apoio ainda é tímido, mas significativo. Sobretudo em meio à retaliação feita pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Isso faz muitos temerem se posicionar favoravelmente.
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que demonstrou claro alinhamento com o ministro da Economia, Paulo Guedes, é um dos expoentes do tributo pleiteado pelo governo. Mas ele não é o único. Dentro da Frente Parlamentar da Segurança Pública, por exemplo, a ideia começa, pouco a pouco, a ganhar força.
Não por que os deputados morram de amores pela ideia de um novo tributo. Mas, sim, porque entendem que o imposto pode gerar empregos à medida em que retira encargos trabalhistas dos patrões por meio da chamada desoneração da folha de pagamento, que consiste na diminuição da alíquota previdenciária patronal sobre cada empregado.
O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), um dos mais influentes integrantes da bancada da bala, defende o tributo. Mas não se arrisca a bancar sua aprovação. “É cedo para dizer se vai ser aprovado. Mas torço para que passe, sou favorável e vou fazer o possível para participar do debate pela aprovação”, destaca.
Antibiótico
Sobretudo em um cenário de pós-coronavírus, Tadeu enxerga na desoneração da folha um dos principais caminhos para a geração de emprego, renda e crescimento econômico. E sem o tributo pleiteado por Guedes será difícil ter uma fonte de receita para tirar os encargos previdenciários dos patrões.
“Desonerar a folha, hoje, é o melhor antibiótico que o governo pode dar ao empresário”, sustenta Tadeu. “É preciso trazer um antibiótico forte, não pode ser um remedinho, não. Tem que ser antibiótico para um paciente que está doente de verdade e realmente precisa. Várias empresas passam, hoje, por dificuldade e podem se recuperar e gerar empregos com a reforma tributária defendida pelo ministro Paulo Guedes”, acrescenta o deputado.
Não concordo com os argumentos. O famigerado imposto é regressivo e vai representar um retrocesso em uma reforma que se pretende simplificadora.
Infelizmente concordo que é um mal necessário, mas só deve ser aprovado concomitantemente com a desoneração das folhas de pagamento.