Líder da bancada ruralista no Congresso Nacional, o deputado Pedro Lupion (PP-PR) disse que defende a aprovação de um projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi dada em entrevista ao portal UOL e publicada nesta segunda-feira, 24.
Na opinião do deputado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “dá motivos todos os dias para a direita voltar ao poder”. Nesse sentido, quando indagado sobre quem deve ser o nome da direita para as próximas eleições presidenciais, Lupion citou o ex-presidente. Em junho de 2023, o TSE tornou Bolsonaro inelegível por oito anos.
“Vamos trabalhar para isso”, disse o líder da bancada do agro no Congresso. “Não sei como os partidos do centrão vão reagir, mas, em relação aos parlamentares sobre os quais tenho influência, vou trabalhar para que ele possa ser aprovado.”
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Ao todo, a bancada do agro conta com 350 deputados, de 513, e 50 senadores, de 81. Ainda de acordo com Lupion, a necessidade de articulação política entre governo e Congresso tem diminuído cada vez mais, ao passo que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), centraliza os projetos colocados em pauta.
“Ele fica bravo comigo, mas o chamo de primeiro-ministro”, afirmou Lupion. “Ele efetivamente tem sido o cara que comanda toda a pauta e tem conduzido as pautas mais importantes do país. Acaba diminuindo a necessidade de a gente ter proximidade com o Executivo.”
Bancada do agro é contra leilão do arroz
Ainda na entrevista ao UOL, Pedro Lupion disse ser contra o leilão de arroz proposto pelo governo federal. Mesmo depois do cancelamento da primeira tentativa por “falcatrua”, de acordo com o presidente Lula, a União deve insistir na compra do grão. Lupion defende uma CPI para investigar o que significa essa falcatrua.
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“A gente precisa descobrir o que ocorreu”, disse Lupion. “Não é a demissão de um secretário do Ministério da Agricultura [Neri Geller] que vai cessar o problema. Não ouvi ainda uma fala do ministro Paulo Teixeira sobre isso.”
Para a bancada do agro, o fato de a Conab afirmar que não há necessidade da compra de arroz dá indícios de que o governo pretende furar o teto com intenção “estritamente financeira ou política”.
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“Precisa entender como funciona o esquema”, disse Lupion. “Não há desabastecimento, não há sobrepreço. Nos parece uma intenção estritamente financeira ou política, para botar o selo do governo num pacote de arroz. E, o pior de tudo, usando o dinheiro sob a justificativa da calamidade do Rio Grande do Sul para furar o teto em R$ 7 bilhões por um arroz que não é comprado do produtor gaúcho e, muito menos, distribuído exclusivamente para o RS. Vai para o Brasil inteiro. Precisa investigar, sim”.
Para Lupion, a insistência do governo na realização de um segundo leilão mostra um “interesse escuso”. “Acho que não tem nenhum bobo ali”, disse.