O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, junto do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e do presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, assinaram um artigo no jornal O Globo que trata sobre “cooperação global”.
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No texto, publicado nesta quinta-feira, 6, os chefes de Estado reafirmaram o compromisso de combater o que eles chamam de “desigualdades crescentes”. Além disso, eles se comprometeram a investir no combate às “mudanças climáticas”. Para os presidentes, esses temas são “urgentes e estão interconectados”.
Os líderes mundiais vão discutir esses assuntos em três encontros, que vão ocorrer neste ano: na 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FfD4), em Sevilha, na Espanha; na 30ª Conferência das Partes (COP30), em Belém (PA); e na cúpula do G20, em Johannesburgo, na África do Sul.
“Lula quer progressos reais”
Os três presidentes que assinaram o texto afirmam que essas reuniões “não podem ser apenas mais do mesmo”. “Precisam entregar progressos reais”, diz o texto. Além disso, os presidentes afirmam que “nunca houve tanta necessidade de diálogo e cooperação global” para tratar sobre esses temas.

| Foto: Jose Cruz/Agência Brasil
Os chefes de Estado ainda afirmam estar preocupados com as “desigualdades de renda” entre os países. Para isso, segundo as autoridades, “é preciso avançar nas iniciativas de alívio de dívida”. Eles também falam em criar “mecanismos de financiamento inovadores” e ressaltam a necessidade de “identificar as causas do alto custo do capital para a maioria dos países”.
O texto ainda afirma que é preciso maior financiamento para outros governos, para que muitos países consigam fundos para combater os “problemas climáticos”. O artigo aborda a necessidade, segundo os autores, de expansão do “multilateralismo”, não a sua ruptura.
E o Brasil?
Enquanto os líderes discutem formas de “desenvolvimento sustentável”, combate às “mudanças climáticas” e “desigualdades sociais”, o Brasil enfrenta problemas profundos. Para ter ideia, o país registrou, em fevereiro, 1,8 mil focos de incêndio. Os números foram divulgados pelo sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os problemas também estão relacionados a questões sociais. Em declaração recente, Lula afirmou que as autoridades de outros países que vão participar da COP30 “devem conhecer Belém do jeito que ela é” — com periferias e moradores de rua.

Parlamentares criticaram a declaração do petista. A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP), por exemplo, disse a Oeste que o presidente “não pode sacrificar os brasileiros do Norte do país para aceitar imposições de outros países”.
A parlamentar ainda disse que “é necessário saber por que um Estado que vai receber a COP30 não conseguiu salvar a vida de um adolescente que morreu de febre amarela”.
Silvia Waiãpi se referiu a Daniel Chagas, de 16 anos. O jovem morava em Breves, no Pará, mas teve de buscar ajuda no sistema de saúde do Macapá. Ele não resistiu e morreu.
Importante ser quem escreveu a parte dele: terá sido a janja?
Saber.