O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá para Montevidéu, no Uruguai, onde participa da 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul. O encontro dos presidentes do bloco começa nesta quinta-feira, 5, e segue até a sexta-feira 6.
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A expectativa do governo brasileiro é de progresso no acordo comercial com a União Europeia (UE). Esse tratado está em discussão há mais de 20 anos, mas enfrenta diversos obstáculos.
Entraves contratuais entre Mercosul e União Europeia
O acordo foi assinado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas ainda não houve uma conclusão, pois os termos do contrato passaram por alterações. Os países do Mercosul pedem urgência para liberar o tratado, mesmo com a resistência de países europeus, especialmente a França.
“Nós vamos fazer o acordo do Mercosul, mas nem tanto pela questão do dinheiro”, disse Lula, em novembro. “Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada, quem apita é a Comissão Europeia. E a Ursula von der Leyen [presidente da Comissão Europeia] tem procuração para fazer o acordo.”
O petista disse ainda que pretende assinar o acordo ainda neste ano. “Quero tirar isso da minha pauta”, justificou. Ele afirmou que o Mercosul está preparado para assinar o acordo, acreditando firmemente em suas vantagens econômicas e políticas para ambos os blocos.
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Geraldo Alckmin, vice de Lula, também ressaltou a importância do acordo, classificando-o como um “ganha-ganha” para todas as partes envolvidas. Ele acredita que, além de beneficiar o Mercosul e a União Europeia, o tratado terá impactos positivos na geopolítica global, pois vai promover o multilateralismo e fortalecer as relações internacionais.
Desafios e resistência europeia
Neste ano, vários chefes de Estado do bloco visitaram o Brasil, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron. As discussões sobre o acordo incluíram propostas de ajustes, mas a instabilidade política na Europa tem gerado receios de desagradar setores econômicos tradicionais, como o agronegócio, que se opõem ao tratado.
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Essa oposição é ilustrada por declarações de figuras como Alexandre Bompard, diretor-presidente do Carrefour, que ameaçou suspender a compra de carne do Mercosul. Além disso, o deputado francês Vincent Trébuchet fez críticas severas, comparando a carne latino-americana a “lixo”.
Inclusão da Bolívia no bloco
A Bolívia participa pela primeira vez como membro pleno do bloco, depois de tornar oficial a sua adesão, em agosto deste ano. Com a inclusão do país, o bloco agora abrange 73% do território da América do Sul e representa cerca de 65% da população da região, segundo o Itamaraty.
Agora, são quase 300 milhões de habitantes. Para ter ideia da dimensão do bloco, a população dos Estados Unidos, hoje, é de cerca de 341 milhões.
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