Ministros do chamado Centrão têm enfrentado dificuldade em participar de agendas privadas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no atual terceiro mandato. Segundo levantamento do Poder360, Celso Sabino (União Brasil), André Fufuca (PP) e André de Paula (PSD) não são recebidos pelo presidente há mais de 100 dias.
A análise considerou reuniões com até cinco pessoas, incluindo Lula, registradas na agenda oficial entre 1º de janeiro de 2023 e 7 de março deste ano.
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Sabino, Fufuca e De Paula assumiram seus cargos como parte das negociações para fortalecer a base de apoio a Lula no Congresso, com o objetivo de garantir a governabilidade. No entanto, atuam em áreas de menor destaque para o governo.
Celso Sabino é o ministro do Turismo, André Fufuca, do Esporte, e André de Paula, da Pesca. Com a iminente reforma ministerial, os partidos dos dois últimos, PP e PSD, podem ganhar mais espaço no governo.
Ministros prioritários mantêm proximidade com Lula

Em contraste, ministros de áreas prioritárias mantêm encontros frequentes com Lula. Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), de Portos e Aeroportos e que participou de reuniões privadas recentemente, recebe elogios do presidente de maneira corriqueira. Ele é um dos ministros que têm mantido uma relação mais próxima com o presidente.
Outros ministros próximos a Lula incluem Alexandre Silveira (PSD-MG), que lidera a pasta de Minas e Energia, Renan Filho (MDB-AL), dos Transportes, e Jader Filho (MDB-PA), das Cidades.
Estes também recebem elogios frequentes do petista Lula e costumam acompanhá-lo em viagens para inaugurações e entregas de obras nos Estados.
Ministros sem acesso a reuniões privadas

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, embora petista, nunca foi recebida por Lula para uma reunião privada. Já o general Amaro, do Gabinete de Segurança Institucional, detém o recorde de 322 dias sem uma audiência privada com o presidente, segundo a agenda oficial.
Os ministros mais recebidos pelo petista incluem Fernando Haddad, daFazenda, Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Padilha, de Relações Institucionais. Suas pastas são vistas como as mais importantes da Esplanada.
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Apesar disso, integrantes do Congresso Nacional têm reclamado da dificuldade em acessar o presidente diretamente. Eles observam que o petista recebeu pouco mais de 100 deputados e senadores, majoritariamente líderes governistas ou apoiadores próximos.
Reforma ministerial de Lula

A ida da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) para as Relações Institucionais pode restringir ainda mais o acesso ao presidente, concentrando-se em uma cúpula petista. Ela assume o cargo na próxima segunda-feira, 10.
Apesar de algumas críticas, Fernando Haddad continua em alta com Lula: ele participou de pelo menos 100 encontros privados durante o mandato.
Responsável pela Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira foi o ministro que mais se reuniu com Lula em 2025, com 23 encontros até o momento. Este fato reflete o interesse do governo em tentar conter a queda de popularidade do petista, que, pela primeira vez no mandato, registrou desaprovação superior a 50%. Sidônio e o presidente têm reuniões quase diárias para atualização de notícias.
Adoram uma reunião. Ficam importantes , mesmo que nada se resolva