Moro e Dallagnol propõem emendas para o Coaf voltar ao Banco Central

Ao assumir o governo, Lula transferiu órgão de controle de movimentações financeiras suspeitas para o Ministério da Fazenda

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Deputado Deltan Dallagnol e senador Sergio Moro | Fotos: Agência Brasil | Montagem: Equipe Oeste
Deputado Deltan Dallagnol e senador Sergio Moro | Fotos: Agência Brasil | Montagem: Equipe Oeste

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) querem devolver ao Banco Central (BC) a responsabilidade pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Logo depois de assumir o governo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editou a Medida Provisória 1158, que transferiu o Coaf do BC para o Ministério da Fazenda. O Coaf é o órgão que detecta movimentações financeiras suspeitas e atua na prevenção e combate a crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.

“O Coaf é essencial no combate à corrupção e precisa ser livre de interferências políticas”, escreveu Dallagnol, em seu perfil no Twitter.

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Em seu perfil no Twitter, Moro afirmou que no BC, que tem autonomia prevista em lei, o Coaf fica protegido de interferências políticas do Ministério da Fazenda, órgão comandado por Fernando Haddad. “Ainda no dia 2, também apresentei emenda à MP 1158 para manter o Coaf junto ao Bacen. A autonomia do Bacen melhor protege o Coaf contra potenciais interferências impróprias”, afirmou Moro.

Foi pelo Coaf que a Operação Lava Jato, da qual estiveram à frente Moro, como juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, e Dallagnol, como procurador do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná, identificou inúmeros casos de movimentações suspeitas que se revelaram como casos de corrupção e lavagem de dinheiro.

A lavagem de dinheiro foi criminalizada no Brasil em 1998, com a Lei 9.613, que criou o Coaf, então sob responsabilidade do Ministério da Fazenda. Foi no governo de Jair Bolsonaro que o órgão foi transferido para o Banco Central.

O órgão, hoje, é capaz de identificar movimentações financeiras suspeitas que acontecem em bancos e corretoras, por exemplo. “Ele identifica movimentações que fogem do padrão normal de operações, identificando sinais que possam caracterizar lavagem de dinheiro. E uma das principais origens da lavagem de dinheiro, além do tráfico, é a corrupção”, afirmou Dallagnol, em entrevista à Gazeta do Povo.

Na justificativa da MP 1158, Haddad afirma que, mesmo voltando à Fazenda, o “Coaf permanece, pois, como Unidade de Inteligência Financeira (UIF) que atua como um centro nacional para o recebimento e a análise de comunicações de transações suspeitas e outras informações relevantes relacionadas a lavagem de dinheiro, correlatas infrações antecedentes e financiamento do terrorismo, assim como para o compartilhamento dos resultados da sua análise”.

Caso Francenildo no governo do PT

O ex-juiz da Lava Jato também lembrou de um caso em que o PT interferiu politicamente no Coaf. “O caso Francenildo, que teve seu sigilo bancário violado durante o governo do PT, ainda é de triste memória”, escreveu, referindo-se ao caseiro que teve o sigilo bancário quebrado de maneira ilegal, depois que denunciou o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci por frequentar uma casa em Brasília onde ocorriam festas e distribuição de propinas, versão que o ex-ministro negou.

Mais à frente, comprovou-se que Francenildo recebeu R$ 25 mil de seu pai. O PT queria fazer crer que ele teria recebido dinheiro para fazer a suposta falsa denúncia contra Palocci. Recentemente, o governo Lula nomeou Jeter Ribeiro de Souza, o homem que imprimiu o extrato bancário do caseiro, para um cargo no Palácio do Planalto.

 

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7 comentários Ver comentários

  1. No caso da eleição do Pacheco, essa foi secreta, no caso de eleições abertas, é diferente, e no caso do Lira, ele nem ê
    ruim.

  2. Espero que a nova Câmara e Senado não deixem esta medida provisória passar. Eles foram eleitos para votar contra esta aberração do primeiro dia do governo do Molusco.

  3. Se possuíssem um mínimo de ética, após terem sidos vergonhosamente desmascarados pela vaza jato, esses dois indivíduos se recolheriam num retiro e jamais se apresentariam em público.

  4. Vão voltar a aparelhar. Medida Provisória tem prazo, é só não votar que resolve, agora com esses congresso que reelegeu Lira e Pacheco, não contem com colaboração, são todos vendidos.

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