Em disputas eleitorais acirradas, como a protagonizada por São Paulo neste ano, é comum o termo “voto útil” ganhar popularidade. Os resultados das principais pesquisas mostram um empate técnico entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e os candidatos Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (Psol).
O voto útil se refere a um tipo específico de comportamento do eleitor, que decide impedir um candidato de quem não gosta vencer a eleição. Dessa forma, o eleitor opta por votar não em seu candidato preferido, mas, sim, naquele que julga ter mais chances de vitória.
“O cidadão tende a ter uma expectativa de que seu voto seja útil, ou seja, que vai fazer diferença na eleição”, explicou Mayra Goulart, professora de ciência política e coordenadora do Laboratório de Eleições, Partidos e Política Comparada (Lappcom) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Se votar num candidato muito inexpressivo, esse voto tende a não fazer muita diferença, porque de qualquer forma o candidato não vai se eleger.”
Em eleições mais polarizadas, em que o cenário do segundo turno é antecipado e ganha força na campanha eleitoral já no primeiro turno, há uma mobilização maior por parte das campanhas dos candidatos.
Como o voto útil é cogitado em São Paulo
Ricardo Nunes, por exemplo, que divide votos de eleitores de direita com Pablo Marçal, se coloca como uma opção de voto útil para impedir eventual vitória do deputado federal Guilherme Boulos.
Esse foi o argumento utilizado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma peça de propaganda eleitoral. Na ocasião, disse que prefere o emedebista, porque gostaria de evitar a vitória da esquerda. Ao mesmo tempo, afirma que Pablo Marçal é “a porta de entrada para Guilherme Boulos”, porque, em um eventual segundo turno entre os dois, como mostram as pesquisas, o deputado federal aparece numericamente à frente do ex-coach.
Possível afetada com a dinâmica do voto útil, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) já fez apelos para que o eleitor não recorra à transferência do voto para Boulos, como, segundo ela, defende a campanha do psolista.
“Me parece que isso é um voto inútil, apostar em alguém que quando chega ao segundo turno não tem a menor chance”, disse a candidata, que tem apostado em divulgar resultados que a colocam como única opção que ganharia de Nunes e de Marçal em eventual segundo turno.
A economista Marina Helena (Novo), numericamente a sexta colocada nas principais pesquisas, também pediu a seus eleitores que não recorram à estratégia.
Empate técnico na capital paulista
O Paraná Pesquisas divulgou mais um levantamento de intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo na manhã desta terça-feira, 1º. Há três candidatos em condição de empate técnico na liderança.
O prefeito paulistano e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, registra 27%. Com a margem de erro em 2,6 pontos porcentuais para mais ou para menos, ele tem de 24,4% a 29,6%.
Numericamente, o deputado federal Guilherme Boulos aparece em segundo, com 25%. Dessa forma, o parlamentar pode ter de 22,4 a 27,6%.
O influenciador digital e empresário Pablo Marçal contabiliza 22,5% das intenções de voto. Assim, segundo a margem de erro do Paraná Pesquisas para São Paulo, a pontuação dele pode ir de 19,9% a 25,1%.
A situação de empate técnico também se dá no pelotão de baixo da disputa pelo comando do Poder Executivo da capital paulista. Com 8,9%, Tabata Amaral (PSB) está tecnicamente empatada com José Luiz Datena (PSDB), que surge com 6%.
Datena, por sua vez, também está em condição de empate técnico de Marina Helena (Novo). A economista tem 1,7%.
A representante do Partido Novo também está tecnicamente empatada com os outros quatro candidatos a prefeito de São Paulo. Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC) e Ricardo Senese (UP) tem 0,2% cada um deles. João Pimenta (PCO) registra, por fim, 0,1%.
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Revista Oeste, com informações da Agência Estado
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