Depois de o Ministério do Trabalho defender a volta do imposto sindical, parlamentares da oposição se manifestaram contra a medida. O governo Lula poderá trazer de volta da cobrança obrigatória, extinta com a reforma trabalhista de 2017.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse que a medida faz parte da “agenda retrocessos do PT”. “Vamos estar vigilantes para evitar mais essa apropriação do salário do trabalhador brasileiro”, declarou Marinho.
O valor a ser cobrado no “retorno” do imposto sindical seria três vezes maior do que o anterior. Já o projeto para alterar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) pode ser apresentado ao Congresso Nacional ainda em setembro.
O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) disse que o retorno do imposto é “absurdo” e prometeu “fazer de tudo” para barrar a proposta caso seja entregue à Câmara.
+A volta do 1° de Maio da companheirada
“Lembra quando o PT te obrigava a trabalhar um dia de graça para bancar a mamata de sindicalista vagabund*?”, escreveu o deputado em seu perfil no Twitter. “Agora o PT quer que você trabalhe três dias de graça! Farei de tudo para barrar esse absurdo! Lula nunca defendeu os trabalhadores. É tudo pela farra da companheirada!”
A deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP) lembrou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária — aprovada recentemente pela Câmara — extinguiu a contribuição fiscal.
“A maioria decidiu não permitir que o salário do trabalhador seja automaticamente destinado aos sindicatos”, explicou a parlamentar. “Agora, cabe aos trabalhadores decidirem se querem ou não financiar os sindicatos com parte de seus salários. A esquerda frequentemente gera instabilidade jurídica por não aceitar quando perde a batalha democrática.”
A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) observou que a relação do trabalhador com o sindicado não é a mesma de antes e que o Brasil tem problemas mais “urgentes” a serem tratados.
“Os trabalhadores não se sentem mais representados [pelos sindicatos] como antes”, declarou Rosana. “O Ministério do Trabalho se resume à volta da cobrança do imposto sindical? Esse governo está equivocado em seu posicionamento e a gestão das políticas públicas aos trabalhadores está completamente fora de curso.”
Entenda o possível retorno do imposto sindical
Ao jornal O Globo, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, explicou que a taxa em discussão na pasta seria vinculada a acordos de reajuste salarial entre patrões e empregados que tenham intermediação sindical.
Apresentada pelas centrais sindicais, a proposta também tem o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aliás, o petista já defendeu publicamente um novo modelo de contribuição sindical.
Antes de ser extinta, a contribuição sindical correspondia a um dia de trabalho do empregado sindicalizado. Desde então, deixou de ser obrigatória.
+ Lula se reúne com centrais sindicais e discute retorno do salário mínimo
Agora, nos moldes propostos, a contribuição sindical poderia ser de até 1% da renda anual dos trabalhadores, porcentual que pode corresponder a até três dias e meio de trabalho, segundo especialistas. Entretanto, o valor será definido em assembleias de empregados, lideradas pelos sindicatos.
Desde que a taxa foi extinta, sindicatos reclamam que seus ganhos diminuíram muito e colocaram em risco a sobrevivência das entidades. De acordo com um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística (Dieese), o orçamento sindical proveniente da contribuição dos trabalhadores caiu de R$ 3,6 bilhões, em 2017, para R$ 68 milhões, em 2023, uma queda de 98%.
Trabalhei 40 anos sendo descontado do meu salário o imposto sindical.
Isto significa 40 dias de salário.
Se eu ganhasse 1 salário mínimo isto representaria R$ 2.250,00 pagos ao Sindicato.
O que eu tive de participação do sindicato em minha vida ?
Pasmem…
Uma hora de espera numa fila para receber um carimbo do sindicato para “autorizar” meu desligamento para aposentadoria…
O Senador Ciro Nogueira acaba de anunciar que será cláusula petrea para o PP para que todos seus parlamentares votem contra essa extorsão. PL, Republicanos, Novo e outros deveriam fazer o mesmo. Governadores do Sul, Sudeste e Centro Oeste precisam se posicionar contra também.
Desde que o Lula cortou seu próprio dedo para viver de vagabundagem fantasiada de “direitos trabalhistas”, foi se formando cada vez mais grupos em busca das mesmas benesses as custas do suado dinheiro público.
O Brasil está uma verdadeira balburdia, isso foi votado no congresso, então para mudança, tem que ser apresentado um novo projeto de lei e tramitar de forma normal, e duvido que esse projeto vá adiante, será que já estamos em uma ditadura e não percebemos ainda?