Alvo de um processo de impeachment e afastado do governo do Rio, Wilson Witzel acusou o presidente Jair Bolsonaro — de quem já foi aliado — de usar instituições de Estado para perseguir adversários políticos, em especial prefeitos e governadores. Em entrevista à CNN Brasil, Witzel também criticou o que chamou de “desmonte da Lava Jato” nos tribunais.
“Eu fui o primeiro governador na história do país a dar autonomia à Polícia Civil do Estado e à Polícia Militar, e criar, na Civil, um Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro para estar alinhado à Polícia Federal, mas nada disso aconteceu. Ao contrário, nós estamos assistindo ao desmonte da Lava Jato e à utilização de estruturas do Estado, como o Ministério Público, para perseguir governadores e prefeitos”, afirmou. “[O Ministério Público] Está sendo utilizado para atingir governadores contrários ao interesse do Bolsonaro, que é negacionista e não dialoga com os governadores.”
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À espera do julgamento final do impeachment, marcado para o dia 30 de abril, o governador afastado do Rio afirma estar confiante de que será absolvido. “Eu não consigo saber exatamente por que estou sendo cassado. O processo não tem uma denúncia formal, foi votado na Alerj [Assembleia Legislativa do Rio], falaram em milhões de coisas, mas não há nenhum elemento concreto que aponte qual é a minha responsabilidade”, disse.
“Eu não consigo fazer uma avaliação técnica de um processo que é nulo. O processo foi um vale tudo, se perguntou de tudo. Todos os juízes que estão lá não tem experiência em matéria criminal”, completou Witzel.
Segundo o governador afastado do Rio, “está provado no processo” que o ex-secretário estadual da Saúde Edmar Santos “roubou mais de R$ 18 milhões”. Witzel, entretanto, nega que tivesse conhecimento dos atos de corrupção em seu governo. “Eu abro mão de administrar a Saúde do Rio e convido os deputados de dividirem comigo o que fazer”, ironizou.
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