Ministro interino da Saúde apresentou experiências de regiões onde pico do coronavírus já passou e anunciou licitação centralizada de remédios para UTIs
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi a Porto Alegre nesta terça-feira, 21, para discutir com autoridades locais o reforço da estrutura de atendimento do Rio Grande do Sul em relação ao crescimento da pandemia no Estado.
O Estado teve até o momento 47.449 casos confirmados de covid-19 e 1.285 mortes acumuladas, com aumento das curvas tanto de pessoas infectadas quanto de óbitos, bem como do nível de ocupação de hospitais e unidades de atendimento.
“A preocupação que vivemos neste momento é que indicadores de ocupação de leitos de UTI estão sendo mais demandados, especialmente na região metropolitana e na metade norte”, disse o governador Eduardo Leite.
Em entrevista coletiva na capital gaúcha, Leite anunciou que o ministério está enviando cem novos respiradores, totalizando 630 desde o início da pandemia. Também serão repassados 475 monitores cardíacos.
Outra medida é o encaminhamento de um aparelho capaz de aumentar a capacidade de testagem laboratorial do exame RT-PCR. A intenção é adquirir condições para testar pessoas com sintomas, como forma de controlar a evolução da pandemia.
Pazuello declarou que as reuniões com autoridades locais serviram para apresentar a experiência do ministério com Estados que já passaram por momentos de pico da pandemia, como os das regiões Norte e Nordeste, São Paulo e Rio de Janeiro.
Em relação aos pedidos de apoio do governo estadual e da prefeitura de Porto Alegre, o ministro afirmou que a pasta buscará auxiliá-los. “Tudo o que Rio Grande do Sul precisar de equipamentos nós vamos conseguir, vamos correr atrás e vamos entregar. Sem promessas, mas vamos trabalhar muito para isso.”
Sobre os medicamentos para UTI, Pazuello citou medidas já anunciadas, como a condução de uma licitação centralizada para superar a dificuldade de abastecimento desses remédios. Os Estados poderão fazer a aquisição por meio de um sistema denominado adesão de ata, sem a necessidade de cada um promover sua licitação.
Em relação ao problema da falta de leitos, o ministro disse que o governo vem habilitando essas estruturas, com o custeio de parte delas, com diárias de R$ 1,6 mil, mas não anunciou medidas adicionais. Pazuello reafirmou os protocolos da pasta para o combate à covid-19, como a busca por atendimento mesmo com sintomas leves.
Fim do Epicovid19
O ministro também falou sobre o término do convênio com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que resultou em um dos maiores inquéritos epidemiológicos mundiais, entrevistando pessoas em 133 cidades de todo o país, o Epicovid19.
“A pesquisa estava muito boa, mas com dificuldade de a gente ter uma posição nacional. Para efeitos de Brasil, a gente precisaria mudar alguns tópicos do que foi contratado com a universidade. Ela ficou mais regionalizada e tivemos dificuldade”, justificou Pazuello.
Em evento promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), representantes da equipe responsável pelo estudo afirmaram que o encerramento do financiamento pelo Ministério da Saúde ocorreu devido à discordância sobre os resultados, que não foram bem recebidos pelo órgão do Executivo.
Ministro competente.. talvez por isso algumas vozes da esquerda tentem tirar o ministro .