A Polícia Federal (PF) indiciou quatro ex-diretores e coordenadores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) por suposto impedimento ao fluxo de eleitores no Nordeste no segundo turno das eleições de 2022. A informação foi divulgada com exclusividade pelo portal UOL.
Anteriormente, a PF já havia indiciado o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, que ficou quase um ano em prisão preventiva. Ele foi acusado de politizar a direção do órgão e desviar as funções da PRF para atender aos interesses do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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No dia 30 de outubro de 2022, data do segundo turno, a PRF montou blitze e barreiras policiais no interior do Nordeste. A investigação da PF revela que esse planejamento teria sido montado sem justificativa técnica, apenas para tentar dificultar o voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O fluxo de eleitores foi normalizado depois que o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, ordenou que Vasques interrompesse as patrulhas.
O novo relatório da PF identificou possíveis crimes cometidos por subordinados de Vasques durante o planejamento e a execução dos trabalhos da PRF nas eleições. O UOL teve acesso com exclusividade a detalhes da investigação.
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Os quatro indiciados são:
- Luis Carlos Reischak Júnior – ex-diretor de Inteligência da PRF na gestão Vasques e ex-superintendente no Rio Grande do Sul;
- Rodrigo Cardozo Hoppe – ex-coordenador de Inteligência na diretoria de Inteligência da PRF;
- Djairlon Henrique Moura – ex-diretor de Operações da PRF na gestão Vasques;
- Adiel Pereira Alcântara – ex-coordenador de Inteligência da PRF.
Segundo o UOL, foi indiciada ainda uma quinta pessoa — Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador de Inteligência e Contrainteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), sob a acusação de envolvimento nos fatos.
Todos eles foram acusados dos crimes de desobediência, prevaricação, restrição ao exercício do direito de voto e participação por omissão no crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição do exercício dos poderes constitucionais.
A PF revela que Silvinei Vasques foi o autor intelectual dos atos praticados por seus subordinados.
“A Polícia Rodoviária Federal atuou no dia 30 de outubro de 2022 em absoluta dissonância dos princípios democráticos do país ao criar barreiras físicas, mediante uso da força policial, para restringir o acesso do eleitor nordestino às suas sessões eleitorais”, escreveu a PF.
Prossegue a PF: “A alocação de policiais, em desvio de finalidade, teve o fim específico de restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física e psicológica, o exercício de direitos políticos por nordestinos, a configurar a ocorrência do crime previsto no artigo 359-P do CP [Código Penal]”.
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Cabe agora ao Ministério Público decidir sobre a apresentação ou não de uma denúncia à Justiça.
O que dizem os acusados da PRF
Questionada pelo UOL sobre as conclusões do inquérito, a defesa de Vasques não se manifestou. Ele negou à PF que a atuação da PRF tenha sido fora da normalidade e disse que seguiu o padrão dos anos anteriores.
O ex-diretor afirmou ainda que o planejamento dos locais de fiscalização não foi elaborado pela gestão central da PRF e disse que a fiscalização dos ônibus teve proporção “relativamente baixa”.
A defesa dos ex-diretores Reischak e Djairlon e do ex-coordenador Rodrigo Hoppe, todos representados pelo advogado Sávio Lustosa, afirmou ao portal que “com o aprofundamento das investigações realizadas pela Polícia Federal, restou demonstrada a completa ausência de qualquer indício que vinculasse os referidos senhores à autoria de condutas ilícitas”.
Em depoimento à PF, Adiel Pereira Alcântara negou ter cometido atos irregulares, disse que só tomou conhecimento das blitze no dia do segundo turno, por meio da imprensa, e afirmou ter se negado a cumprir ordens de seus superiores que considerou irregulares. Bruno Nonato dos Santos Pereira não foi localizado pelo jornal para se manifestar.
A investigação sobre a atuação dos policiais rodoviários federais foi conduzida pela Superintendência da Polícia Federal no DF e compartilhada com as investigações do Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
MIMIMI da Suprema Bosta e do 9 dedos!
Mais lixo.