A lista com 37 nomes indiciados pela Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira, 21, inclui José Eduardo de Oliveira, padre da Diocese de Osasco (SP) que prestou apoio espiritual ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Para a PF, Oliveira está envolvido em uma tentativa de golpe de Estado.
De acordo com a PF, Oliveira participou de reuniões com Bolsonaro para discutir propostas de impedir a posse de Lula, no fim de 2022.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, falou sobre a presença de um religioso, em delação que fechou com a PF em setembro do ano passado.
Entre as alternativas que teriam sido discutidas entre Bolsonaro e o seu entorno, estavam a decretação do Estado de sítio, prisão de autoridades e realização de novas eleições, segundo as investigações.
Nota da defesa do padre indiciado por “golpe” pró-Bolsonaro
“Menos de sete dias depois de dar depoimento à PF, o meu cliente vê seu nome estampado pela Polícia Federal como um dos indiciados pelos investigadores. Os mesmos investigadores não se furtaram em romper a lei e tratado internacional ao vasculhar conversas e direções espirituais que possuem garantia de sigilo e foram realizadas pelo padre.
Quem deu autorização à PF de romper o sigilo das investigações? Até onde se sabe, o ministro Alexandre de Moraes decretou sigilo absoluto. Não há qualquer decisão do magistrado até o momento rompendo tal determinação.
A nota da PF com a lista de indiciados é mais um abuso realizado pelos responsáveis da investigação e, tendo publicado no site oficial do órgão policial, contamina toda instituição e a torna responsável pela quebra da determinação do ministro”.
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