O chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, decidiu não denunciar o influenciador argentino Fernando Cerimedo, dono do canal La Derecha Diario, no inquérito relacionado à suposta tentativa de golpe de Estado.
Gonet argumenta que, apesar de Cerimedo ter divulgado “informações falsas” sobre as urnas eletrônicas, a Polícia Federal não conseguiu comprovar que o influenciador sabia que elas faziam parte de um alegado “plano maior”, para tentar derrubar Luiz Inácio Lula da Silva da Presidência depois da derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
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
Em uma transmissão ao vivo, em 4 de novembro de 2022, dias depois do segundo turno, Cerimedo apresentou um documento que constatava uma disparidade na distribuição dos votos das urnas.
Segundo o argentino, os modelos fabricados antes de 2020 não teriam sido auditados e estariam favorecendo Lula, em comparação com as urnas mais recentes, algo que o influenciador afirmava ser “estatisticamente impossível de justificar”.
O documento foi produzido por integrantes de uma organização classificada como “criminosa” por Gonet, a qual seria liderada por Bolsonaro. O objetivo do grupo seria desestabilizar o governo eleito, segundo o procurador-geral.
Algo que muchos no entienden de porque me alegra esta acusación fantasma en Brasil 🇧🇷, y es que si me acusan de que los datos donde mostramos las anomalías en las elecciones de 2022 son "falsos", significa que los datos publicados en la página OFICIAL del TSE el día después de… pic.twitter.com/G6kBzjsGKx
— Fernando Cerimedo (@FerCerimedo_ok) November 23, 2024
Além do ex-presidente, outras 33 pessoas foram denunciadas no inquérito sobre a suposta tentativa de golpe. A PGR acredita que a disseminação dessa narrativa de fraude eleitoral tinha a intenção de manter apoiadores de Bolsonaro mobilizados nos acampamentos em frente aos quartéis e favoráveis a ações armadas.
“Apesar da comprovada divulgação de conteúdos infundados por Fernando Cerimedo, as investigações não esclareceram se este funcionou como vetor de propagação, em busca de engajamento virtual, ou se tinha domínio sobre o projeto doloso da organização criminosa”, diz Gonet.
PGR processou o PL por uso dos mesmos dados apresentados pelo argentino
Um site de Cerimedo também publicou um texto que afirmava que a eleição brasileira havia sido fraudada e mencionava “anomalias” nas urnas eletrônicas. A PGR diz que o mesmo suposto conteúdo falso, base para a publicação no site do argentino, também gerou o pedido do PL para anular os votos das urnas fabricadas antes de 2020.
Esse pedido, se aceito, daria a vitória a Bolsonaro e estava baseado em um relatório do Instituto Voto Legal.
“Não está demonstrado até aqui que Cerimedo sabia que o relatório era fabricado com inverdade”, falou o procurador-geral. Ele usou a mesma justificativa para não denunciar Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL.
O pedido do partido para anular os votos foi rejeitado pelo ministro Alexandre de Moraes, que multou o PL em R$ 22 milhões por litigância de má-fé. O plenário do Tribunal Superior Eleitoral confirmou a decisão.
O dogma da infalibilidade das urnas pelo papa Alexandre de Moraes multou aplicou uma multa de 22 milhões de reais por litigância de má-fé. Ou seja, Moraes ignorou que numa democracia o direito à dúvida, o direito de opinião, o direito a crítica. Um ato para inibir, para calar a voz da dúvida, da discordância de um pleito onde Bolsonaro foi proibido de mencionar que Lula é amigo de ditadores, de usar imagens do 7 de setembro, de usar seu discurso na ONU. Num pleito que houve milhares de urnas com o mesmo logo. E foi isso por isso que o povo compareceu em Brasília para o ato de 8 de janeiro. Lembrando que as imagens do quebra-quebra desaparecem, que poderia incriminar a única anormalidade e incriminar individualmente os autores. Mas isso não interessa, pois quebraria a narrativa de golpe. Estamos numa ditadura da toga compactuada pelo LL.
É o medo, a verdade impera