A Polícia Federal intensificou o monitoramento na fronteira entre Brasil e Venezuela em razão da posse do ditador Nicolás Maduro, nesta sexta-feira, 10. O evento marca o início de seu terceiro mandato presidencial.
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Até o momento, agentes observaram apenas uma leve redução no fluxo migratório de entrada no Brasil, sem alterações significativas. De acordo com a Polícia Federal, o Brasil não apresenta indícios de que pretende fechar a fronteira com a Venezuela.
“Em relação ao fechamento da fronteira, não há indicativos de que isto aconteça por parte do Brasil”, informou a PF.
Apesar disso, historicamente, o país vizinho já impôs restrições migratórias, como no caso da passagem em Pacaraima, Roraima. Esse cenário tem o agravamento do recente anúncio do governador de Táchira, Freddy Alirio Bernal Rosales, sobre o fechamento temporário da fronteira com a Colômbia.
Fechamento da fronteira da Venezuela com a Colômbia
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Bernal Rosales informou que a fronteira com a Colômbia estaria fechada a partir das 5h da manhã (horário local) desta sexta-feira, 10, até as 17h da próxima segunda-feira, 13. Ele citou ameaças de “conspirações internacionais para perturbar a paz dos venezuelanos nesta região de fronteira”.
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Maduro enfrenta críticas internacionais e disputas internas sobre a legitimidade de sua reeleição. Nas eleições de julho, tanto ele quanto Edmundo González, candidato da oposição, reivindicaram vitória. O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, um órgão aparelhado pelo chavismo, declarou Maduro o vencedor sem fornecer a contagem dos votos.
Controvérsia eleitoral e protestos
A oposição contestou os resultados e apresentou dados independentes que alegavam vitória de González. A controvérsia resultou em protestos em todo o país, e milhares de venezuelanos exigiram transparência e clareza no processo eleitoral.
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Os protestos pós-eleitorais levaram a confrontos com as forças de segurança. O regime venezuelano respondeu com repressão e prendeu mais de 2 mil pessoas, incluindo menores, na primeira semana depois das eleições. Essa repressão gerou críticas internacionais e aumentou o foco sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela.