A Prefeitura de São Paulo assinou com a comunidade judaica um compromisso de combate ao antissemitismo na última terça-feira, 14.
A Cidade de São Paulo aderiu à definição de antissemitismo da International Holocaust Remembrance Aliance (IHRA), a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto.
Ela foi iniciada em 1998 pelo ex-primeiro-ministro sueco Göran Persson. Hoje, a IHRA possui 35 países membros. Em 09 de novembro de 2021, o Brasil ingressou na IHRA como um Estado observador.
A Aliança Internacional para a Memória do Holocausto adotou a Definição de Trabalho de Antissemitismo em maio de 2016, que se tornou internacionalmente reconhecida para governos e organizações da sociedade civil. Documento normativo e educativo, não tem força de lei, mas pode ser uma referência importante em instâncias judiciais.
São Paulo agora deve ter políticas de combate e prevenção ao antissemitismo
São Paulo é a segunda cidade do Brasil a aderir ao compromisso. A primeira foi a cidade do Rio de Janeiro. O prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, assinou o compromisso em pessoa.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite, também esteve presente no ato. O vereador Fabio Riva — um dos articuladores da aprovação da lei municipal do Dia do Combate contra o Antissemitismo e o Fascismo, em 9 de novembro — também participou da assinatura do compromisso.
A comunidade judaica foi representada no ato por Marcos Knobel, médico e presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo; Claudio Lottenberg, médico e presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib) e do Conselho da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e Daniel Bialski, advogado e presidente da Sinagoga Beth-el em São Paulo e do Clube A Hebraica de São Paulo.
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“Temos a certeza de que muitas outras cidades brasileiras terão interesse em fazer essa adesão”, disse Daniel Bialski. O compromisso faz com que a cidade de São Paulo utilize a Definição de Trabalho de Antissemitismo como recurso educacional para prevenir atos de preconceito e discriminação contra judeus.
Além disso, a capital paulista deve buscar evoluir em legislação para punir situações dessa natureza, conforme a Confederação Israelita do Brasil (Conib) disse em nota.
“Nesses tempos atuais em que a desinformação e o crescimento do antissemitismo têm crescido de forma significativa, esse gesto do prefeito demonstra grandeza e sensibilidade”, disse Claudio Lottenberg.