A publicação de artigos científicos no Brasil caiu 7,2% em 2023, primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em comparação com o ano anterior. Nesta terça-feira, 30, a editora Elsevier e a agência de notícias Bori divulgaram os dados em um relatório.
Esse é o segundo ano consecutivo de queda na produção científica brasileira. Em 2022, a redução foi de 8,5%, em relação a 2021. O número de artigos publicados no último ano ficou próximo ao registrado em 2019, antes da pandemia de covid-19. O total caiu de 80,5 mil para menos de 69 mil artigos em dois anos.
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A série histórica dos dados começou em 1996, e as recentes quedas são as primeiras a serem registradas. Até então, a produção científica brasileira vinha crescendo continuamente por 25 anos.
“Sabemos que o volume de publicação de artigos de um país reflete, entre outros fatores, o volume de investimento feito em pesquisa científica alguns anos atrás”, afirmou Dante Cid, vice-presidente de Relações Institucionais para a América Latina da Elsevier. “Isto é, são efeitos de médio, e não de curto prazo.”
O número de artigos é um indicador do trabalho dos cientistas e permite a revisão dos resultados por outros pesquisadores da mesma área. Segundo a editora Elsevier, “perder ritmo de produção científica significa produzir menos conhecimento e menos soluções para questões como tratamento de doenças, melhora na agropecuária ou enfrentamento de questões sociais como a violência urbana”.
Produção científica nas principais universidades
A área de ciências médicas foi a mais afetada, com uma queda de 10% na produção de artigos. Entre as 31 principais instituições de pesquisa do país, apenas as universidades federais de Juiz de Fora e de Pernambuco não sofreram redução na atividade científica.
O Brasil não foi o único país a registrar queda na produção científica em 2023. No entanto, a redução foi maior do que a observada em países como México, África do Sul e Argentina. Nações com alto nível científico e tecnológico também tiveram redução menor que o Brasil, como Japão, Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia e Coreia do Sul.
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De acordo com o site Agência Brasil, no ano passado, o governo federal aumentou em 40% as bolsas de mestrado e doutorado. Ao todo, são mais de R$ 10 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Para este ano, a expectativa é que o fundo financie R$ 12 bilhões.