Articulação entre Bolsonaro e PSC inicia a construção de um relacionamento pragmático que insere o partido na base governista. Na prática, aproximação ajuda a desidratar capital político do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel
O PSC é outro partido que se aproxima do governo. O presidente Jair Bolsonaro tomou um café da manhã com a bancada da legenda na manhã desta quarta-feira, 24, em uma articulação importante não apenas para a sigla, mas, também, para o Executivo no Congresso. Ao passo que estreita laços com um aliado, ganha força na rivalidade com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
A bancada deixou claro que o partido é maior do que Witzel e que os deputados do partido não possuem a mesma política e alinhamento do governador fluminense, destaca o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ). “Não possuímos o mesmo DNA da traição de Wilson Witzel. Todos os deputados do partido, de alguma forma, estiveram na campanha junto com o presidente nessa onda bolsonarista que vimos no país. Não temos, entretanto, a vocação para a traição”, declara.
A aproximação de um partido a um governo não desidrata outras articulações político-partidárias. Isso significa que, apesar das suspeitas do Covidão envolvendo o governo fluminense, Witzel ainda vislumbra um jogo de poder em que se posiciona como presidenciável. Para o partido, isso é positivo, pois eleva o capital político.
A prova disso é que, pragmaticamente, com conversas republicanas, Bolsonaro se aproximou de lideranças do Centrão. Em 2022, é inimaginável para governistas pensar que o presidente possa dividir palanques e rodar o país em comícios de candidatos do Blocão alinhados ao jogo de poder capitaneado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O próprio PSD vem apoiando o governo no Congresso, mas, nas eleições, estará o tucano.
Pragmatismo
O relacionamento pragmático não será muito diferente do PSC. Otoni cita que, a despeito de divergências pessoais com o presidente nacional do partido, Pastor Everaldo, ele nunca tentou influenciar os votos da bancada no Congresso. “Entendo que Everaldo é, sim, hoje, um adversário político do presidente, mas ele, em nenhum momento, tentou influenciar os parlamentares contra o governo”, pondera.
O alcance da força política de Witzel, entretanto, fica, agora, mais limitado. Ao menos no que se refere ao Congresso, uma vez que não poderá capitanear os feitos da legenda para si. Dentro da própria bancada do Rio de Janeiro seu poder se desidrata à mesma medida em que sua gestão se atola em meio a suspeitas do Covidão. Não à toa ele ainda luta para suspender o processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Tratamento
O PSC não quer o “toma lá da cá”. E Otoni fala isso na condição de um parlamentar que é aliado de primeira hora de Bolsonaro. A ligação dele com o governo, inclusive, custou sua vice-liderança no partido, em 2019. “O que o PSC pleiteou é o desejo de ter o mesmo tratamento republicano que está se dando aos outros partidos. Ou seja, o partido não quer ser tratado nem com privilégios e nem com deméritos”, sustenta o parlamentar.
A conversa entre governo e PSC não tocou, portanto, no assunto de cargos. “Não se discutiu sobre cargos, lhe garanto que não houve. Apesar de que sabemos que, dentro dessa nova composição do governo, obviamente que o partido poderá ter alguma contemplação. Mas não foi tratado sobre esse tema”, destaca. Otoni afirma, ainda, que a legenda votou em 90% das vezes com o governo sem nem ser oficialmente da base.
Receber de braços abertos, mas ficar de olho nesses daí. Vão tentar comer pelas bordas.
Olha só:
“Não se discutiu sobre cargos, lhe garanto que não houve. APESAR de que sabemos que, dentro dessa nova composição do governo, obviamente que o partido PODERÁ ter alguma contemplação. Mas não foi tratado sobre esse tema.”
o bolsonaro tem em sua retaguarda a maioria , imensa, dos eleitores conservadores e cristãos, e somos milhões e decidimos quaisquer eleições.
Eu mesmo estou fechado com Bolsonaro aqui em Recife. Eu e a esposa.
Sem exceção, todos os desafetos de Bolsonaro estão se arrependendo. É fato que o presidente tem uma popularidade muito alta, e estes arroubos destas pessoas que se acham concorrentes a presidencia são um erro de cálculo. tiro no pé.
O ideal é botar todos pra correr, mas infelizmente no Congresso um voto vale um voto, venha de onde vier, portanto o Presidente Bolsonaro tem que aceitar o retorno desses políticos para a base do Governo.