O Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) reagiram à fala do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sobre a recomendação do Primeiro Comando da Capital (PCC) para que os integrantes da facção criminosa votem em Guilherme Boulos (Psol) na eleição para a prefeitura da capital paulista. Ele proferiu a declaração neste domingo, 27, depois de votar em um colégio no bairro Morumbi.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o grupo de advogados Prerrogativas, alinhado ao PT, planeja uma ação judicial contra o governador de São Paulo. Tarcísio afirmou que o PCC orientou votos para Guilherme Boulos. Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Prerrogativas, criticou o chefe do Executivo paulista.
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“É extremamente irresponsável e leviana a declaração dele, ainda num momento em que as urnas estão abertas”, disse Carvalho. “É gravíssimo. Ele é governador do Estado. Isso mostra para a população o quanto ele e Jair Bolsonaro de fato são parecidos.”
Carvalho disse que a campanha de Ricardo Nunes (MDB), apoiada por Tarcísio de Freitas, deve esclarecer as ligações de Boulos com o PCC. Ele afirmou que há questões não resolvidas sobre o envolvimento do governo estadual e a campanha do emedebista com a facção criminosa.
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Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, condenou as afirmações de Tarcísio e classificou a fala como criminosa. A petista acusou o governador de espalhar informações infundadas para prejudicar a candidatura de Boulos.
“Tarcísio deixou para espalhar na manhã da eleição a maior fake news de toda a campanha”, afirmou Gleisi. “É um crime dos mais graves a divulgação, pelo governo de São Paulo, de bilhetes apócrifos, tentando associar a campanha de Boulos e Marta a uma facção criminosa.”
As críticas de Guilherme Boulos a Tarcísio de Freitas
Guilherme Boulos, deputado federal e candidato a prefeito de São Paulo, também reagiu às declarações de Tarcísio. O psolista afirmou que Ricardo Nunes teria facilitado a entrada do PCC na administração municipal. O candidato lembrou das investigações sobre a facção no sistema de transporte público.
“É criminosa a atitude do governador Tarcísio de Freitas de criar uma grave fake news em pleno domingo de eleições”, disse Boulos. “Tarcísio é cabo eleitoral de Nunes, faz tal declaração ao lado do prefeito em claro gesto de campanha. Usa a máquina pública de maneira vergonhosa e irresponsável. Isso fere todos os preceitos democráticos.”
Boulos declarou que buscará medidas judiciais contra Tarcísio, considerado um potencial candidato presidencial para 2026. Ele também criticou a imprensa por reproduzir as declarações do governador.
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Os dias finais da campanha em São Paulo foram marcados por confrontos. A primeira-dama, Janja, e apoiadores de Boulos divulgaram um vídeo sobre uma acusação de violência doméstica contra Ricardo Nunes de 2011. O prefeito respondeu, chamando a ação de “baixaria”.
Depois votar, Tarcísio falou à imprensa ao lado de Nunes sobre comunicados da Secretaria de Administração Penitenciária que interceptaram supostas mensagens do PCC orientando votos. O governador afirmou que há um trabalho de Inteligência em curso para lidar com a situação.
“Houve interceptação de conversas, de orientações que eram emanadas de presídios, por parte de uma facção criminosa, orientando determinadas pessoas em determinadas áreas a votar em determinados candidatos”, disse Tarcísio. “Houve essa ação de intercepção, de Inteligência, mas não vai influenciar nas eleições.”
Tarcisio deve comprovar o que disse, mas convenhamos, surpresa zero, porém, desnecessária tal afirmação, principalmente no dia da eleição, já que Nunes não vai levar vantagem nenhuma por conta disso.
Em 2022 Marcola já pedia votos contra Bolsonaro, a favor de Lula. No primeiro turno, foi publicado que Boulos havia ganho nos presidios em sampa.
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