Na noite desta quarta-feira, 5, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), exonerou dois secretários cotados para a vaga de vice-prefeito em sua chapa de reeleição. Com isso, reduziu as chances de o Partido dos Trabalhadores (PT) ocupar a posição.
Victor Marques (PCdoB), chefe de gabinete, e Marília Dantas (MDB), secretária de Infraestrutura, deixaram seus cargos. João Campos anunciou a medida um dia antes do prazo final para o afastamento de cargos, nesta quinta-feira, 6, conforme a legislação eleitoral.
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De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Marques, considerado o braço direito de Campos, é engenheiro e amigo pessoal do prefeito. Marília Dantas geria um orçamento anual de R$ 1 bilhão e acumulava a presidência da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb).
Em abril, João Campos articulou a filiação de secretários a partidos da base governista local, na busca para contrapor o PT, que insiste em indicar um nome para vice-prefeito. O chefe do Executivo municipal não quer ceder a vaga ao PT, pois cogita se candidatar a governador em 2026 contra Raquel Lyra e deseja deixar alguém de confiança na prefeitura.
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Nos bastidores, partidos aliados, exceto o PT, não acreditam que o candidato a vice-prefeito será petista. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão, ambos do PT, na terça-feira 4, para discutir o cenário político no Recife. Eles reforçaram a intenção do PT de ter o vice-prefeito de João Campos.
O PT do Recife espera que o Partido Socialista Brasileiro (PSB) faça um gesto, porque abriram mão de candidaturas estaduais em 2018 e 2022. O PSB, por sua vez, acredita que se a vice for do PT, João Campos não será candidato a governador em 2026 para não entregar o poder na capital aos petistas. Eles temem que o PT possa não se empenhar na campanha de 2026.
PT tem dois pré-candidatos à vice de João Campos
Ainda no páreo, o PT tem dois pré-candidatos à vice: Mozart Sales, assessor do Ministério das Relações Institucionais, e o deputado federal Carlos Veras. Sales conta com o apoio da maioria no diretório municipal, do ministro Alexandre Padilha e da senadora Teresa Leitão, enquanto Veras é aliado do senador Humberto Costa.
Segundo a Folha, o entorno de Campos diz que, se Lula insistir, o prefeito não diria não ao presidente, mas há dúvidas se o chefe do Executivo federal será irredutível. A divisão interna do PT é um obstáculo, e petistas intensificaram conversas para chegar a um consenso.
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João Campos tem apoio garantido de PSB, MDB, Republicanos, federação PT/PV/PC do B, Avante, Solidariedade e União Brasil. No campo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o prefeito terá de enfrentar Gilson Machado Neto (PL) como candidato.
Nesta quinta-feira, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, exonerou Daniel Coelho (PSD) do cargo de secretário de Turismo de Pernambuco. Ele será adversário de Campos na disputa pelo Recife, com apoio da governadora, Podemos, PP e federação PSDB/Cidadania.