Gaúcho de Porto Alegre, Ernesto Araújo, de 54 anos, passou mais da metade de sua vida no Itamaraty. Formado pelo Instituto Rio Branco, trabalhou na entidade há 30 anos e conviveu com diplomatas na esfera institucional e social. Para ele, predomina no Brasil uma “leitura superficial” das tradições diplomáticas — a ideia de que o Brasil perderia ao se relacionar com certos países. Isso impediu a aproximação com Israel e Estados Unidos.
Em contrapartida, privilegiou-se o relacionamento com países árabes e a China. Antes de pedir demissão nesta segunda-feira, 29, Araújo revelou pressões por acenos dele ao 5G da China. Segundo o diplomata, a senadora Kátia Abreu (PP-TO) teria dito que, caso o então titular da pasta fizesse acenos à tecnologia chinesa, se tornaria “rei” da Casa. Em julho do ano passado, a Revista Oeste conversou com o então ministro. Relembre:
1. Reorganização do ministério “Assumimos um ministério com muitas secretarias, subsecretarias e departamentos tratando de vários temas, às vezes sob responsabilidade de uma única pessoa. Isso não nos pareceu bom do ponto de vista administrativo. Eram nove secretarias e reduzimos para sete. Também realocamos funcionários [são 1.500 diplomatas] para outros setores. Tínhamos dois departamentos que tratavam de América do Sul, ambos com várias subdivisões. Hoje temos um, para tratar de todos os países do continente. Onde foi necessário, desfragmentamos. Estávamos concentrados na exportação de bens industriais, por exemplo. Porém, precisávamos de um departamento para agronegócio. Nesse caso, criamos uma área específica com esse propósito. De modo geral, estamos conseguindo fazer mais com menos. Em 2019, com tudo funcionando e viagens ocorrendo normalmente, conseguimos cortar cerca de R$ 100 milhões ao fechar embaixadas onde não era necessário”
2. Prioridades relacionadas à pandemia de coronavírus “De modo geral: saúde e emprego. No Itamaraty, procuramos espelhar isso, de modo a facilitar a cooperação internacional em várias dimensões: obtenção de vacinas, equipamentos de proteção individual e capacitação de pessoas — tudo em conjunto com outros ministérios. Na parte econômica, mais do que nunca precisamos do comércio exterior. Redobramos os esforços da Apex [Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos], que está fazendo um trabalho magnífico de identificar novos mercados para investimentos aqui no Brasil. O ministério enxerga que está ocorrendo uma mudança na cadeia global de valores. As empresas estão redistribuindo seus investimentos, que não mais ficarão concentrados na China e nos Estados Unidos, mas também em outros países.”
3. Iniciativas do Itamaraty “Nossa atuação diplomática tem produzido bons efeitos. Foi graças ao diálogo e ao bom relacionamento que conseguimos insumos para a hidroxicloroquina vindos da Índia num momento em que o mundo estava querendo esse material e tinha dificuldade para conseguir. Quanto aos Estados Unidos, a mesma coisa. Graças à excelente relação que temos com o governo norte-americano, conseguimos a doação de 2 milhões de comprimidos de cloroquina, mais mil respiradores. Em muitos casos, foi importante a nossa atuação para facilitar as compras de equipamentos da China, por exemplo. Temos também cerca de 400 pessoas trabalhando exclusivamente na repatriação — tanto em Brasília como ao redor do mundo. Criamos a central aqui, mas estamos em contato permanente com nossas embaixadas. Em síntese, o trabalho é descobrir onde estão os brasileiros que precisam ser repatriados e prover os recursos para trazê-los. Além de sites oficiais na internet, ampliamos nossa presença nas redes sociais, que foram importantíssimas para que essa operação desse certo.”
4. OMS “Reconhecemos a importância da OMS, mas achamos que a instituição teve uma atuação que deixou a desejar desde o começo da pandemia. Houve muito ruído quanto a recomendações para evitar contágio, precauções, medicamentos ou tratamentos que funcionam ou não. Isso causou confusão ao redor do mundo. Pensamos que uma organização dessa natureza tem de ter transparência, mostrar como são formuladas essas recomendações, entre uma série de outros fatores.”
5. Marca da gestão “Gostaria de fazer do Itamaraty parte do Brasil. Um instrumento do povo. Trazer o Brasil para dentro do Itamaraty. E pôr o Itamaraty dentro do Brasil.”
Leia a entrevista completa com o agora ex-chanceler na Edição 18 da Revista Oeste
O Grande Ernesto Araújo foi o melhor chanceler que o Brasil teve desde os anos 1960. Uma figura impoluta da estatura de um Barão do Rio Branco. Um grande intelectual de visão e coragem, que tentou eliminar os esquerdopatas do Itamaraty, distribuindo patriotas cristãos por nossas embaixadas. Denunciou o golpe do pedofilo canibal Biden nos EUA e tentou frear a invasão dos camaradas de Mao. Mais um mártir temporário de nossa causa! Até quando vamos permitir isso ? Ernesto Araújo ainda terá uma estátua em nosso panteão da Vitória.
Vamos eleger Ernesto, Pazuello, Weintraub e muitos outros, que caíram pelo caminho e não se sujaram. Bastam escolherem os cargos.
Mas Bat Tchê realidade triste lastimável para Brasil mas eu sim sou brasileira 1976 e não desisto nunca 😊🇧🇷🦁🐾
Quem faz o bem, leva ferro da esquerdalha.
Infelizmente mais um que cai por conta da soberba dos outros poderes e interesses externos
Perdemos um grande homem. No Brasil só vagabundo tem valor