Processo corre na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; relator Rodrigo Bacellar vai defender a cassação de mandato
Mais um revés para Wilson Witzel (PSC). Semanas após ser afastado pelo Poder Judiciário do cargo de governador, ele terá de lidar com relatório negativo a ser apresentado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). De acordo com o material ainda a ser divulgado, o político deve sofrer impeachment, pois teria cometido crime de responsabilidade.
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Relator do processo de impeachment contra Witzel na comissão especial composta na Alerj, o deputado estadual Rodrigo Bacellar (Solidariedade) não poupa Witzel de críticas. Conforme noticiado pelo site do jornal O Estado de S. Paulo, o relatório afirma que o hoje governador afastado cometeu crimes enquanto esteve à frente do governo. Crimes esses que, de acordo com Bacellar, teriam ocorrido em plena pandemia da covid-19, o que representou “descaso com a vida e oportunismo com a desgraça.”
“Não existe a meu sentir a menor dúvida de que os fortes indícios e as contundentes provas quanto à ilicitude nas mencionadas contratações e os milionários prejuízos já contabilizados aos cofres públicos não só constituem sólido embasamento a demonstrar a justa causa para a apuração do crime de responsabilidade, como pintam com tintas fortes a subversão de valores em que mergulhou a administração estadual”, escreve o relator no documento que conta com 77 páginas e deve ser apresentado à comissão especial do impeachment na quinta-feira, 17.
Próximos passos
Primeiramente, o relatório assinado por Rodrigo Bacellar será apresentado à comissão especial formada na Alerj, onde precisa ser aprovado por maioria simples entre os 25 integrantes. Posteriormente, o documento será votado no plenário do Legislativo fluminense. Se 47 dos 70 deputados estaduais derem “sim” ao relatório, Wilson Witzel será afastado do cargo via Alerj. Detalhe: Witzel já está afastado do cargo por 180 dias por causa de decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).