A deputada federal Rosângela Moro (União-SP) afirmou, nesta quinta-feira, 4, que “segue o chororô” ao comentar projeto de lei do Partido dos Trabalhadores (PT) que proíbe mudança de domicílio eleitoral durante exercício do mandato. Eleita por São Paulo com mais de 217 mil votos, a parlamentar transferiu seu título de eleitor para o Paraná, mesmo domicílio eleitoral do marido, o senador Sergio Moro (União-PR).
No Twitter/X, a deputada reclamou da postura de petistas paranaenses. “E segue o chororô!”, afirmou Rosângela. “Zequinha deveria deixar de se preocupar comigo e pensar no que ele e a presidentA do PT podem fazer para recuperar o que resta do PT no Paraná”. No caso, ela se referia aos deputados federais Zeca Dirceu (PT-PR) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).
E segue o chororô!
— Rosangela Moro (@rosangelamorosp) April 4, 2024
Zequinha deveria deixar de se preocupar comigo e pensar no que ele e a presidenTA do PT podem fazer para recuperar o que resta do PT no Paraná. https://t.co/e0pg3KVRZY
Em março deste ano, o PT buscou impedir a mudança de domicílio eleitoral da deputada para o Paraná. A ação apresentada afirmou que a parlamentar estava vinculada ao domicílio de São Paulo em razão do cargo eletivo que ocupa e que, apesar da definição ampla na Justiça Eleitoral acerca do que caracteriza um “domicílio”, ela não poderia alterá-lo enquanto exerce o mandato como eleita pelos paulistas.
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Em nota, Rosângela Moro disse que “transferência do domicílio eleitoral é um direito de todo cidadão brasileiro”. Nesse sentido, afirmou que “continuará a representar o Estado de São Paulo e sua população, mantendo, inclusive, seu escritório de representação aberto na capital paulista e a agenda nas demais cidades do Estado”.
O projeto que representa “chororô” do PT, segundo Rosângela Moro
Nesta quinta-feira, 4, o PT divulgou que Zeca Dirceu protocolou um projeto que altera dois artigos na lei eleitoral e na lei dos partidos para vetar a mudança de domicílio eleitoral durante o exercício do mandato. A penalidade prevê a perda do mandato ao detentor do cargo eletivo caso venha infringir a nova legislação
“É uma aberração e um desrespeito à população do Paraná e de São Paulo”, disse Dirceu. “Temos que mudar a legislação para evitar esse oportunismo eleitoral.”
Tanto a mudança de Rosângela quanto a ação do PT ocorrem diante de uma disputa pela eventual vaga do ex-juiz Sergio Moro, alvo de um julgamento que pode cassar o mandato do senador e abrir caminho para uma eleição suplementar ao cargo. No Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, o caso referente ao senador está empatado em 1 a 1.
Com a mudança de seu domicílio eleitoral de São Paulo para o Paraná, a deputada Rosângela Moro fica habilitada a concorrer à vaga do marido em uma eventual cassação.
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Revista Oeste, com informações da Agência Estado
A obrigatoriedade de domicílio eleitoral de um ano antes da eleição foi inventado pelo presidente castelo branco para impedir que generais (que mudam muito de região) não se candidatassem a nenhum cargo.