Convocação foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro e por lideranças religiosas
O presidente da República, Jair Bolsonaro, convocou ontem um “Jejum pelo Brasil” como demonstração de solidariedade ao combate à pandemia de coronavírus. A prática, comum no cristianismo, não é estranha a outras religiões. Judeus, muçulmanos, hindus e budistas também fazem jejuns em ocasiões especiais. O propósito é concentrar-se integralmente nas orações e aproximar-se de Deus, durante um determinado período, sem comer.
No vídeo divulgado nas redes sociais de Bolsonaro, a voz de um narrador anuncia que “os maiores líderes evangélicos deste país atenderam à proclamação santa feita pelo chefe da nação”. Entre eles, os pastores Valdemiro Santiago, Edir Macedo, Bispo Rodovalho e R.R Soares.
Ademais, três deputados da bancada evangélica participaram da convocação digital: Abílio Santana (PR-BA), Silas Câmara (Republicanos-AM) e Marco Feliciano (Sem partido-SP). Feliciano afirmou que as pessoas têm de orar e pedir misericórdia para que o coronavírus cesse o quanto antes.
Monitoramento feito por Oeste constatou que, na manhã deste domingo, 5, a hashtag “JejumPeloBrasil” chegou aos trending topics do Twitter. Em uma hora, subiu para a primeira posição e lá ficou por cinco horas. Enquanto esta reportagem é redigida, a hashtag encontra-se em 7° lugar, com 71 mil engajamentos.
Confira
https://www.facebook.com/jairmessias.bolsonaro/videos/1568812446600579/
#JejumPeloBrasil oração salva o Brasil
— Silvana (@SilvanaSaunier) April 5, 2020
Eu apoio, assim como Deus ouviu e libertou Isrrael do egito. Tbm nos livrara de toda praga e toda miséria #JejumPeloBrasil
— Ana Suzy Lopes⚘ (@suskylopes) April 5, 2020
No Instagram, nove hashtags (todas semelhantes à palavra de ordem original) foram publicadas — algumas com bandeiras do Brasil, corações e associadas ao nome do presidente. Contudo, a que teve mais adesão foi “JejumPeloBrasil”, como no Twitter, que ultrapassou a marca de 1.000 engajamentos.
Enquanto isso, o Facebook apresentou movimentações razoáveis em páginas alinhadas à direita. As que tiveram maior engajamento foram as dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, sobretudo a de Eduardo, cuja postagem referente ao jejum obteve 26 mil reações, 2 mil compartilhamentos e 1,7 mil comentários.
As notícias acerca do assunto tiveram mais relevância em sites e blogs alinhados à direita, em vez de ganharem repercussão na imprensa tradicional. Sobressaíram-se o Conexão Política e o Pleno News. Em tese, isso significa que a narrativa dos conservadores ganhou mais espaço do que a propagada pela mídia tradicional.
No Google, o termo “jejum 05 de abril” despertou o interesse de brasileiros em todos os Estados, notadamente no Amazonas.
Algo que inspirou também o presidente da Bolívia.
Isso vai de religião,o Brasil tem varias,pois aqui somos livres para professar a que escolhemos.
Como a maioria do Brasil e cristã,tem essa tradição.
Eu só não concordo com as chacotas que alguns fazem em torno disso,tem que respeitar as religiões.
Aqui em casa, como católicos, seguindo a tradição, faremos penitência e jejum na sexta-feira da paixão.
Vários brasileiros estão fazendo jejum, há algum tempo, não por opção, mas por necessidade.
Olá Julio,
Você é pesquisador?
Att,
larissa
#JejumPeloBrasil 76,2k no Twitter