Em apenas um ano, a Open Society Foundations, criada pelo empresário George Soros, investiu US$ 20,7 milhões (equivalente a R$ 106,5 milhões) em várias organizações não governamentais (ONGs) que atuam no Brasil. As informações foram divulgadas pelo jornal Gazeta do Povo no domingo 5.
O valor é semelhante ao montante doado pela fundação em 2011, conforme indicado por um estudo realizado pelo Instituto Monte Castelo com base nos dados de 2022 divulgados pela Open Society. Até o momento, não há informações disponíveis sobre as doações para o ano de 2023.
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O Fundo Brasil de Direitos Humanos e o Instituto Makarapy foram as principais organizações beneficiadas em 2022, recebendo cada uma US$ 1,5 milhão (aproximadamente R$ 7,7 milhões). O Fundo Brasil de Direitos Humanos redistribui recursos para organizações dentro do Brasil.
Oficialmente, a missão da entidade é “promover o respeito aos direitos humanos no Brasil, construindo mecanismos inovadores e sustentáveis que canalizem recursos para fortalecer organizações da sociedade civil e para desenvolver a filantropia de justiça social”.
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Em 2022, o Fundo Brasil repassou R$ 50,2 milhões de reais a 1.224 projetos diferentes. A lista inclui programas contra o racismo, a favor da comunidade “LGBTQIA+” e grupos de “defesa da democracia”.
Por outro lado, o Instituto Makarapy se destaca pela parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Greenpeace, concentrando suas atividades em comunidades tradicionais, povos indígenas e agricultores familiares.
Os beneficiários de George Soros
A lista de beneficiários de 2022 inclui 83 entidades. Cerca de 45 receberam mais de R$ 1 milhão. Entre os contemplados, está o Sleeping Giants Brasil, que recebeu US$ 400 mil (cerca de R$ 2,05 milhões) para “apoio geral”. O Instituto Marielle Franco foi agraciado com US$ 60 mil (R$ 308 mil) para “promover a justiça racial e de gênero”.
Além disso, a Fundação Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro também será beneficiada com US$ 50 mil (R$ 257 mil) para ampliar a representatividade de afro-brasileiros no sistema de Justiça.
A Open Society também demonstra apoio à legalização das drogas e ao desencarceramento, refletido nos beneficiários de 2022. A Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas (INNPD) recebeu US$ 719 mil (R$ 3,7 milhões), enquanto a Associação Elas Existem – Mulheres Encarceradas obteve US$ 207 mil (aproximadamente R$ 1 milhão) para apoiar a reforma do sistema prisional brasileiro.
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Quatro universidades, duas públicas e duas privadas, também receberam “doações” de Soros. A Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro ganhou US$ 340 mil (R$ 1,7 milhão) para estudar “o impacto das redes sociais sobre a democracia brasileira”.
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro, por sua vez, assegurou US$ 150 mil (R$ 771 mil) para o seu Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
O levantamento também inclui a Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e o INSPER. A PUC garantiu US$ 180 mil (R$ 925 mil), aplicados em um projeto para estudar a influência do autoritarismo no sistema multilateral, enquanto o INSPER obteve US$ 200 mil (R$ 1,03 milhão) para financiar estudos sobre a questão racial.
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Ao jornal Gazeta do Povo, Giuliano Miotto, presidente do Instituto Liberdade e Justiça, ressaltou a influência desproporcional das fundações internacionais, especialmente em causas progressistas, e a necessidade de maior transparência no financiamento dessas organizações. Desde 2016, a Open Society destinou ao Brasil R$ 451 milhões em 565 repasses a 251 organizações.
Procurada pela Gazeta, ao comentar sobre a doação recebida, a UERJ assegurou que os recursos serão utilizados em um projeto internacional que não afetará sua independência, ressaltando a prática comum de buscar financiamento privado para pesquisa pública. As demais organizações beneficiadas optaram por não se pronunciar sobre o assunto.
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