Alguns deputados por São Paulo vão conversar com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), para reverter a decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de retirar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) da obra que ligará Santos ao Guarujá por um túnel.
O tema também vai pautar as frentes parlamentares de Portos e Aeroportos e da Ligação Seca Santos-Guarujá. O presidente das frentes, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), disse ao jornal O Estado de S. Paulo que vai convidar Alckmin para a primeira reunião da frente dos portos. O encontro está marcado para 24 de fevereiro.
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O deputado teria escolhido Alckmin por ter governado o Estado de São Paulo por quatro mandatos, mas ele também vai apelar para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos).
A disputa entre os governos federal e estadual pode atrasar o início da obra por causa das licenças ambientais. As gestões divergem sobre a modelagem do empreendimento. O projeto deve beneficiar 40 mil motoristas e reduzir a travessia entre as cidades em 25 minutos.
“A notícia de que o governo federal irá dispensar os recursos garantidos pelo governador Tarcísio de Freitas, que se preocupou e participou das negociações para tirar a obra do papel, é grave e lamentável”, disse Barbosa. “Precisamos garantir que todos os envolvidos estejam, de fato, contemplados pelo projeto.”
Deputados preferem gastos com construção
Nem todos os deputados paulistas concordam com Barbosa. O deputado Fernando Marangoni (União-SP) apoia a decisão do governo Lula em bancar a obra. “Importante é que a obra saia do papel”, disse. “Se o governo federal não precisa de recursos do governo do Estado, melhor que ele faça a obra, e a gestão estadual invista esse dinheiro em outras prioridades.”
O governo federal pretende fazer a obra com menor participação da iniciativa privada. Já o governo de Tarcísio quer financiar o projeto com recursos da União e por meio de uma Parceria Público-Privada. O governo de SP informou que a proposta do governo Lula demandaria um novo projeto e um novo pedido de licença ambiental.
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De acordo com o Estadão, o que está sendo disputado é a paternidade do projeto. Para os aliados de Tarcísio, o governo Lula quer fazer a obra sozinho para impulsionar uma possível campanha de Alckmin ao governo do Estado em 2026.
Já os representantes de Lula dizem que o governo de Tarcísio demora para responder sobre os pedidos de atualização da licença ambiental. O motivo das demoras seriam para impedir que a União fizesse a obra sozinha.
O túnel
Caso saia do papel, o túnel submerso terá apenas 1,7 quilômetro de extensão, o que simplifica o gargalo de mobilidade entre as duas cidades. Ele terá de ser construído em uma profundidade de 20 metros no canal de Santos. Desta maneira não prejudicaria o tráfego de navios no local, onde o calado (distância vertical entre a parte inferior da quilha e a linha de flutuação) chegará a no máximo 17 metros.
A profundidade atual é de 15 metros. O túnel teria três faixas por sentido, integração com veículo sob trilhos (VLT), ciclovia e passagem urbana. Para tirar a obra do papel, é necessário fazer uma dragagem no canal do porto.
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A gestão paulista diz ter condições financeiras e de captação para realizar a obra. Afirma, porém, que a gestão federal não pediu uma nova licença prévia para realizar o empreendimento, já que o projeto foi alterado desde que uma autorização foi concedida para outra versão do túnel, realizada pelo Estado em 2014. O Ministério dos Portos e Aeroportos não se manifestou.
No ofício enviado à Cetesb, no entanto, a autoridade portuária afirmou que “em que pese requerimento que já fora protocolado junto ao Ibama para que seja avocada a competência para a renovação/atualização das mesmas licenças, tendo em vista a natureza jurídica de empresa pública federal, da ora requerente”.
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Na mão desse governo nao concluem essa obra em menos de 20 anos e é tudo q eles querem. Vão fazer igual a refinaria de Abreu Lima. Roubo ,superfaturamento ,corrupção e nunca irá ser concluída. Esse gov vive de lançar PAC, e não faz uma obra.
Governo tutelar da aliança 9-do-stf + left wing e Pacheco é o ferrolho de controle que a população Paulista não elegeu. E eles sabem disso.