Rafael Greca, ex-prefeito de Curitiba, entrou com uma representação contra o vereador João Bettega (União) sob a acusação de propagar fake news e ferir o decoro parlamentar ao denunciar supostos gastos da prefeitura da cidade com apresentações artísticas consideradas inapropriadas.
O caso teve origem quando Bettega divulgou um vídeo em seu perfil no Instagram no último dia de janeiro. Na publicação, o parlamentar criticou o artista Princesa Ricardo Marinelli e alegou que suas apresentações foram financiadas com verba da Prefeitura de Curitiba.
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Em resposta, Greca protocolou na Câmara Municipal uma representação contra Bettega, onde acusou o vereador de disseminar informações falsas para obter engajamento em redes sociais. O documento afirma que o vereador “propaga fake news e utiliza de um sensacionalismo que vai de encontro com seu decoro parlamentar”.
A peça também argumenta que não houve nenhum financiamento público para os espetáculos de Marinelli e que a atitude de Bettega fere a dignidade e a moralidade da Câmara. “O intuito é trazer likes e lacração em sua vida virtual, tornando-o um sujeito conhecido”, afirma o texto divulgado nesta quinta-feira, 6.
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A representação também defende que a conduta do vereador não se enquadra na imunidade parlamentar e que sua postura pode ser interpretada como um crime contra a honra. “Não se pode, com evidente finalidade panfletária, atacar honras alheias”, argumentam os advogados Luis Gustavo Janiszewski e Alexandre Jarschel de Oliveira.
Diante disso, Greca requer a abertura de um processo disciplinar para avaliar a possibilidade de cassação do mandato de Bettega. Para fundamentar a acusação, a defesa do prefeito cita trechos do Código de Ética e Decoro Parlamentar, que prevê a perda do mandato para aqueles que procedam de “modo incompatível com a dignidade”.
Portal da Transparência de Curitiba desmente ex-prefeito
Marinelli chocou a população curitibana em setembro, quando percorreu uma das principais ruas da cidade com apenas uma calcinha de couro. De acordo com Bettega, nem mesmo o horário de saída escolar foi poupado da apresentação.
A performance fazia parte dos esforços para a divulgação da Bienal Internacional do Cabaret, evento promovido pela produtora cultural Selvática Ações Artísticas Ltda, empresa que recebeu R$ 158 mil da Prefeitura de Curitiba em 2024.
O espetáculo reuniu artistas da América Latina para performar o cabaret, forma de arte que combina elementos de teatro, música, dança, comédia e, muitas vezes, crítica social ou política, como sexualidade, moralidade e desigualdade social.
A Bienal Internacional do Cabaret não foi o único evento da empresa apoiado pela prefeitura curitibana. De acordo com o portal da transparência de Curitiba, a Selvática já angariou R$ 288 mil dos cofres públicos desde 2013, além de participar de editais privados, como o Itaú Cultural.
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O maior contrato ocorreu em junho de 2019, por ocasião do espetáculo para adultos Yo Vi el Fin del Mundo y Me Gustó, também com a participação de Marinelli. A peça contava com cenas de nudez frontal masculina e feminina, em que os artistas se pintavam com tinta laranja.
Ricardo Marinelli, por sua vez, obteve R$ 111 mil por meio de editais de incentivo da prefeitura desde 2008. O mais recente, datado de dezembro, angariou R$ 45 mil para a produção da peça Lembrar Futuros de um Corpo Estranho, integrante do projeto “Sim, Somos Bizarras!”, que discute gênero e sexualidade desde 2011.
Não houve financiamento público, a prefeitura deixou de cobrar,isentou empresário que pagaram pela artista .
Pra resumir, dinheiro público pra pagar show.
Lei Ruanet,não é dinheiro público kkkkkkkkk