Os brasileiros que assistiram ao desfile do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, depararam com uma cena inusitada: o Zé Gotinha, mascote do Sistema Único de Saúde (SUS), recebeu mais aplausos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Historicamente, o chefe do Executivo é o mais ovacionado no 7 de Setembro.
Tampouco os chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica ganharam recepção calorosa. Desde o fim das eleições presidenciais do ano passado, a população distanciou-se das Forças Armadas.
Os agentes da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) também passaram quase despercebidos pela população.
Mascote versus Lula
Zé Gotinha, aclamado pelos poucos brasileiros que assistiram ao desfile, estava em cima de um carro do Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal (CBM-DF).
Já a recepção para Lula foi mais tímida. Ao chegar à Esplanada, no Rolls Royce presidencial, o petista recebeu menos aplausos.
Arquibancadas vazias
Conforme noticiou Oeste, os participantes que marcaram presença para assistir ao desfile ficaram em arquibancadas montadas pelo governo. Um dia antes, o Executivo chegou a convocar servidores públicos para o ato.
Oeste acompanhou o evento, pouco mais de uma hora depois de o desfile iniciar, às 9 horas. Em 2022, durante o governo Jair Bolsonaro, o local ficou repleto de pessoas que, além de assistirem à cerimônia nas arquibancadas, participaram de uma manifestação em apoio ao governo.
“O presidente desfilou para ninguém”
Senadores da oposição comentaram o primeiro 7 de Setembro do presidente Lula. Segundo Ciro Nogueira (PP-PI), o petista desfilou para “ninguém” e foi aplaudido pelos “áulicos de sempre”.
“Ele vai dizer que foi tudo ótimo”, explicou Ciro, em publicação nas redes sociais. “Só um detalhe: cadê o povo no 7 de Setembro, Lula? O rei está nu. Sem povo, só com o aplauso da companheirada de aluguel.”
O parlamentar ainda lamentou o fato de Bolsonaro não ser mais o presidente neste ano. Ele disse que o “7 de Setembro sem Jair Bolsonaro é como a Fórmula 1 sem Ayrton Senna. Fica um vazio”.
Se o sertão vai virar mar a esplanada dos ministérios virou o semiárido.
Que mar de vazio… Não dá nem marola.
O Zé gotinha passou a ser o único pingo de esperança…