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Carro elétrico da 99 | Foto: Divulgação
Edição 116

A 99 fica elétrica

Enquanto isso, o Magazine Luiza desaba mais de 50% na Bolsa de Valores de SP e passa de queridinha do mercado a patinho feio.

Bruno Meyer
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A 99 colocou recentemente dois carros elétricos na mão de motoristas para rodar em São Paulo. Nos próximos meses, esse número vai aumentar: 50 veículos elétricos estarão nas ruas da capital paulista num projeto piloto. Novos motoristas estão sendo selecionados para essa segunda etapa, com a única função de coletar aprendizado para os executivos do grupo. A iniciativa faz parte de um projeto ambicioso do aplicativo: até dezembro, a empresa quer ter 300 desses carros na base da plataforma no Brasil. Essa é a primeira etapa de um dos braços do novato Drive Lab, o espaço de inovação da 99 destinado a pensar no futuro da companhia e da mobilidade urbana. O escolhido para liderar esse centro é o paulistano Thiago Hipólito, também diretor sênior de operações do grupo e que se transforma automaticamente na principal liderança da empresa no país. A importância do estudo atual com os dois (e posteriormente 50) veículos é fundamental quando se olha a médio prazo: a 99 quer ter 10 mil carros elétricos em sua base no Brasil até 2025. 

Thiago Hipólito, diretor sênior do grupo 99 | Foto: Divulgação

O número 1

A 99 nasceu em 2012 no Brasil. Seis anos depois, foi adquirida por US$ 960 milhões pelo gigante da mobilidade chinesa DiDi. A transação tornou o aplicativo o primeiro unicórnio — quando uma empresa passa a valer mais de US$ 1 bilhão — brasileiro. Quatro anos depois da compra, o Brasil se transformou no principal mercado da DiDi fora da China, e, pela representação, a multinacional resolveu abrir os bolsos para investir na fidelização do público e dos motoristas parceiros. Nos próximos três anos, a empresa vai investir R$ 250 milhões para promover o carro elétrico entre sua base por aqui. 

Onde carregar?

Nove empresas — Caoa Chery, Ipiranga, Movida, Unidas, Tupinambá Energia, Raízen e Zletric — se uniram em maio para criar a Aliança pela Mobilidade Sustentável, com foco total na aceleração do acesso aos carros elétricos no país. A liderança do projeto é da 99. “Estamos em um momento superimportante da indústria de carro elétrico”, diz Hipólito. “O setor cresceu de maneira sustentável de 2016 a 2020, mas, no ano passado, houve uma aceleração aqui, com praticamente o dobro da venda de carro elétrico no Brasil.” Dos estudos do grupo e dos testes feitos nas ruas, a 99 já chegou a rápidas conclusões. Há duas barreiras a serem vencidas: facilitar o acesso ao carro e montar uma infraestrutura de carregamento. Para a segunda barreira, uma iniciativa prática já foi estabelecida entre as empresas do movimento: 10 mil pontos de recarga públicos serão instalados no Brasil.

Uma massa de motoristas

A 99 tem uma base de 750 mil motoristas e atende 20 milhões de passageiros no país, em 1,6 mil cidades brasileiras. A demanda atual da massa de motoristas parceiros do aplicativo está centrada numa questão: como rentabilizar num país com a gasolina às alturas? Os executivos da empresa se baseiam num dado poderoso: o carro elétrico, comparado a um carro de combustão tradicional, pode reduzir o custo operacional do motorista em até 80%. “Por que isso faz sentido para um motorista de aplicativo?”, questiona Hipólito. “A rodagem desse motorista é diferente da de quem vai comprar um carro elétrico de luxo. Um motorista típico da nossa plataforma que tem a rua como profissão vai rodar 5 mil quilômetros e quer economia.”

Quanto sobra no fim do dia?

No fim das contas, é essa a prioridade de um motorista parceiro: quanto sobra de dinheiro no fim do dia para ele? A empresa acaba de lançar o Kit Gás, programa de aluguel ou financiamento para instalar botijões de GLP nos carros e que proporciona descontos agressivos para os motoristas mais fiéis. “Estimamos que o motorista pode economizar até R$ 2 mil com o kit”, diz Thiago Hipólito. Outra decisão é a criação de uma nova plataforma, que conecta locadoras de carros com motoristas para oferecer condições mais favoráveis à base. “Sabemos que o acesso ao carro é uma das grandes barreiras para o motorista.”

Sucesso nacional

No início de outubro, o Pix vai completar dois anos de existência, num modelo extremamente bem-sucedido que já tem sido copiado em outros países. São vários os recordes que o Banco Central prepara para divulgar e comprovar a força desse sucesso financeiro nacional. Um deles: 40 milhões de brasileiros que têm feito Pix nunca tinham usado transações como DOC ou TED antes. 

Patinho feio

As varejistas nacionais vivem uma má fase. A Via, dona das Casas Bahia, teve uma queda de 90% nos lucros de janeiro a março de 2022, mas mesmo assim ficou no azul, com R$ 18 milhões de ganhos. Na última semana, o Magazine Luiza atingiu a pior cotação do ano: R$ 3,01, na quinta-feira. A varejista desabou mais de 50% na Bolsa de Valores de São Paulo, desde janeiro. Queridinha do mercado financeiro até anos atrás, ela virou um patinho feio.

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Leia também “A Faria Lima se aproxima do campo”

6 comentários
  1. MARILDA COSTA SABARTH
    MARILDA COSTA SABARTH

    Casas Bahia tbem é de esquerda. não entro nunca: casas Bahia, Renner, magazine Luiza. quem quer colocar socialismo, muda para Venezuela, Cuba, Argentina.

  2. Sebastiao Márcio Monteiro
    Sebastiao Márcio Monteiro

    A situação do Magazine Luiza só vem a confirmar a máxima de que quem lacra não lucra.

  3. MARIA CHRISTINA GARMS
    MARIA CHRISTINA GARMS

    sou mais uma a me aliar a vcs!!!

  4. Robson Oliveira Aires
    Robson Oliveira Aires

    Quero ver esse Magazine Luiza falindo. Já vai tarde.

    1. Renato Perim
      Renato Perim

      Somos dois, Robson.

  5. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Mercado futuro é com Musk

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