Seja qual for o resultado das eleições para a Presidência da República em outubro, a campanha deste ano já demonstrou que algo muito sério aconteceu nas redações da imprensa tradicional no país. O domingo 24, data do lançamento oficial da candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição, será lembrado como um dia em que o autointitulado consórcio da mídia entrou em pane.
Antes de qualquer linha sobre o tema, registre-se que cada uma das empresas de comunicação tem liberdade para publicar o que quiser — pelo menos enquanto não houver censura do Supremo Tribunal Federal ou a tal “regulação da mídia” prometida pelo PT. Tampouco os veículos devem satisfação aos concorrentes sobre o seu verniz editorial. O problema é brigar com os fatos.
Foi o que aconteceu no domingo, quando a antiga imprensa tentou esconder que o Ginásio do Maracanãzinho e seus arredores, no Rio de Janeiro, estavam lotados de apoiadores de Bolsonaro para a convenção do PL — algo parecido com o que fizeram no 7 de Setembro do ano passado. Ou a tentativa de acobertar que o evento, cuja estrela foi a primeira-dama, Michelle, figurou como assunto mais comentado nas redes sociais naquele dia — o chamado trending topics.
A Rede Globo optou por destacar em sua programação vespertina e nos seus perfis nas redes sociais uma reportagem do Fantástico sobre a viagem das baleias jubarte de Ilhabela (SP) até Arraial do Cabo (RJ) — algo que não era filmado havia mais de 30 anos.
Já o jornal Estado de S. Paulo parece cada vez mais empenhado em superar a militância política do rival Folha de S.Paulo. O diário posicionou câmeras no Maracanãzinho para mostrar espaços vazios. Nas redes sociais, os repórteres buscavam lugares escondidos para gravar seus vídeos. Tudo isso foi notado — e comentado em grupos de WhatsApp — por outros jornalistas que acompanharam o evento dentro do ginásio.
Um dos textos publicados pelo Estadão usou quatro vezes a expressão “flopou” — flop, fracassar em inglês —, ao se referir ao público presente. As imagens divulgadas na internet foram captadas horas antes da chegada de Bolsonaro ao local. O título dizia: “Espaços vazios em convenção motivam debates nas redes”. Só o Estadão viu esse debate.
Na sequência, o jornal enfileirou reportagens que buscavam relacionar o governo Bolsonaro à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A intenção é clara: na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito perpétuo dos “atos antidemocráticos”, proibiu aliados do presidente de relacionarem o PT ao PCC e/ou ao assassinato do prefeito Celso Daniel, em 2002.
A Veja inovou numa manchete sobre o jingle do presidente batizado de Capitão do Povo, da dupla sertaneja Matheus e Cristiano. Segundo a revista, a canção eleitoral “acertou assustadoramente e pode pegar”. O colunista escalado para analisar o evento escreveu:
A Folha de S.Paulo deixou de lado o trocadilho que virou hit nas redações — “despiora” — e seus colunistas que desejaram a morte de Bolsonaro durante a pandemia. Optou por outro tipo de cobertura e convocou sua “agência de checagem”. O resultado não poderia ser diferente: “Bolsonaro cita teoria da conspiração e vídeo falso com Lula”, dizia a manchete.
A tese “conspiratória” é um trecho do discurso no qual Bolsonaro menciona um decreto assinado por Lula em 2009. Ele disse que o petista, “além de querer a desconstrução da heteronormatividade, criou o que se chama ideologia de gênero”.
O jornal não aceita nenhum tipo de debate sobre esse assunto. Reagiu exatamente assim: “Trata-se de uma teoria da conspiração sem nenhum fundamento na realidade. O programa em si tem entre seus muitos objetivos a ‘garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero’, tendo como ação programática “reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, com base na desconstrução da heteronormatividade”.
A afirmação citada como “falsa” sobre um vídeo de Lula remete aos jovens que roubam celulares. Bolsonaro disse: “Esse mesmo cara [Lula] que defende o roubo de celulares como um direito do bandido roubar pra tomar uma cerveja”. A agência de checagem disse que se trata de fake news e que a frase correta é: “Para que roubar um celular? Para vender. Para ganhar um dinheirinho. Então eu penso que essa violência que está em Pernambuco é causada pela desesperança”.
O texto da Folha ainda diz que Bolsonaro “tentou tirar jornais de circulação, atacou veículos de imprensa e jornalistas centenas de vezes” durante o mandato.
Bebel e a bandeira
Para complicar a tarefa dos jornalistas de plantão no fim de semana, simultaneamente ao ato de Bolsonaro, circulou um vídeo no qual a cantora Bebel Gilberto pisoteia a bandeira brasileira. Era um show para 500 pessoas num anfiteatro em Menlo Park, na Califórnia. Para atacar o presidente, ela despejou o ódio da classe artística de esquerda contra o símbolo máximo nacional — o que configura crime de contravenção.
No país onde ela se apresentava, aliás, um homem foi condenado a 15 anos de prisão no Estado de Iowa, em 2019, por arrancar e queimar uma bandeira do arco-íris, que representa a causa LGBT, de uma igreja.
“Eu não gosto de fazer isso porque ‘não sou Bolsonaro'”, disse a cantora. “Desculpe, eu não devia fazer isso. Mas estou orgulhosa de ser brasileira ou não?”
Esta é Bebel Gilberto, filha do compositor João Gilberto, sobrinha de Chico Buarque. Vejam o q ela fez com a bandeira do Brasil recebida de um expectador em San Francisco.
Essa gente não sente nada pelo Brasil. Gostam apenas de se beneficiar do que o povo pode lhes proporcionar pic.twitter.com/MlhcDSZt9g
— MarioFrias (@mfriasoficial) July 23, 2022
Diante da estrondosa repercussão negativa, Bebel pediu desculpas pouco sinceras em nota. “Foi um ato impensado. Se tivesse tido tempo de raciocinar, teria me ocorrido que eu estava entregando de presente para a extrema direita uma imagem com a qual poderiam destilar o seu ódio repugnante e o seu falso patriotismo”, disse. “Essa gente sequestrou os símbolos nacionais e corrói a democracia brasileira com o seu projeto autoritário de poder. Foi por esse motivo que soltei o nome do inominável no meu gesto impulsivo no palco.”
Como afirmou o jornalista Boris Casoy, da CNN, Bebel não cometeu um ato impensado. Sua família é altamente politizada: é filha do compositor João Gilberto e da cantora Miúcha e sobrinha de Chico Buarque. Vive no exterior. Tem acesso a todo tipo de produção jornalística e cultural há décadas.
O próprio silêncio dos colegas de ofício, que não repudiaram a cena, é autoexplicativo sobre como funciona a cabeça da classe artística. Tanto que o alvo preferencial da resposta da nota de Bebel foi o ex-secretário de Cultura Mario Frias. Ele foi um dos responsáveis por suspender as verbas públicas para produções artísticas ligadas à esquerda. A cantora captou R$ 2 milhões da Lei Rouanet para uma turnê em 2011. Na época, a responsável pelo pagamento no governo Dilma Rousseff era sua tia, Ana de Hollanda.
Bebel não é a única que se irritou com as cores da bandeira recentemente. No Rio Grande do Sul, a juíza Ana Lúcia Todeschini Martinez tentou barrar o uso do símbolo patriota nos meses de campanha. “É evidente que hoje a bandeira nacional é utilizada por diversas pessoas como sendo um lado da política, né?”, disse a magistrada, em uma entrevista. “Hoje, a gente sabe que existe uma polarização. De um dos lados há o uso da bandeira nacional como símbolo dessa ideologia política.”
Pesos e medidas
O episódio da bandeira jogou ainda mais luz sobre o papel que o consórcio de imprensa tem desempenhado desde a eleição de 2018. As críticas ao disparate da cantora foram reduzidas a um grupo de “bolsonaristas”. Enquanto isso, usuários do Twitter, do Facebook e do Instagram publicavam imagens do símbolo nacional ou usando a camisa da Seleção Brasileira de Futebol contra o gesto de Bebel.
Bolsonaristas criticam Bebel Gilberto por dançar sobre a bandeira do Brasil em show nos EUAhttps://t.co/k2LdgCIs2G pic.twitter.com/E2FK4Z4NpM
— O Globo Política (@OGloboPolitica) July 23, 2022
O termo “bolsonarista” tem sido empregado à exaustão pela velha mídia em tom negativo. É como se a opção por valores conservadores e liberais, ou qualquer manifestação contra a dita agenda “progressista” da esquerda, fosse proibida. Alguns veículos de comunicação que não integraram o consórcio formado durante a pandemia passaram a ser chamados de “blogs bolsonaristas” — negacionistas, fascistas e golpistas.
Está claro que o discurso de ódio do “nós contra eles”, adotado pelo PT desde que o seu projeto de poder deu certo em 2002, tomou as redações. A bandeira do consórcio está erguida.
Leia também “A imprensa em campanha”
Dá nojo.A velha mídia fede,derrete,em avançado estado de putrefação moral.
Estadão, Folha e Veja, não servem nem para limpar os pés. E pensar que já fui assinante deles no passado. Hoje são símbolos de desconfiança.
Que sejam punidos TODOS os que tripudiarem os símbolos nacionais. E que pessoas como essas “magistrada”, retornem aos bancos escolarem para aprender o que não aprendeu. Os símbolos nacionais pertecem à Pátria. Como ela é formada de cidadãos, a eles pertecem, dentro dos limmites legais. Quem não é cidadão, não conhece, e faz tolice digna de idiotas. Ser brasileiro, patriota, nada tem a ver com ser bolsonarista. Agora, se o Bolsonaro despertou algo que estava adormecido, parabéns pelo mérito. E se isso o levara de volta a PR, paerfeito. Soube captar o sentimento e o desejo do brasileiro que não que ser governado por um ladrão condenado em 3 instâncias.
Raciocine. “O Brasil é o único país do mundo que é governado por um presidiário, condenado por corrupção e furto, inclusive da própria Presidência da República, em 3 instâncias, a quem foi dado ilegalmente o direito de concorrer a Presidência da República, por seus asseclas.” Por mim, essa manchete nunca será objeto d amídia.
Excelente texto, Silvio. Escrita fluida e clara.
Bolsonarista, leia-se brasileiro
A Cleptoesquerda vem dando um Golpe de Estado sorrateiro seguindo os conceitos de A Gramsci: “ usar a democracia para se esconder dentro dela e ataca.”
A eleição deste ano deixou de ser um assunto interno do Brasil. Na verdade Bolsonaro é a pedra no caminho de uma agenda que se diz “progressista” e democrática (?) que pretende impor valores, ideias e comportamentos de uma minoria mundial estacionada na Europa e EUA.
Esta agenda, que engloba pautas como mudanças climáticas, ideologia de gênero, combate ao racismo, “defesa” dos índios, meio ambiente, etc simplesmente não existe na China, India, países muçulmanos, África, onde moram mais de 90% da população mundial, como bem mostrou Guzzo.
A eleição de outubro, presidida por um ativista de esquerda e apurada secretamente, será um divisor de águas na história do mundo.
Que os deuses dêem a quem deve a coragem para agir e a sabedoria para saber o momento.
Nunca o destino do mundo esteve nas mãos de tão poucos.
fora bebel fora esquerda mamadoura do dinheiro publico
A própria Jovem Pan chamada pelo consórcio de “emissora bolsonarista”, tem hoje no mínimo 80% de jornalistas de esquerda e de extrema-esquerda(como Amanda). Para não ser chamada de bolsonarista, a emissora tem que ser puro sangue esquerdista. Nem que quisesse a Jovem Pan conseguiria repórteres e sua editoria gente de centro-direita e direita. Não existe no mercado. O Brasil a partir de FHC veio formando somente marxistas. Quem se formou a partir de 1990 foram apenas os marxistas. Vocês, mais conservadores, vão ter que se conformar em passar por corredores de TV e serem olhados como dinossauros. Ou vocês formam jornalistas e advogados fora das universidades ou ACABOU. Demoraram.
PS. Uma coisa que me chamou a atenção foi a barrigona da Bebel. Eita relaxamento.
É muito exercício de apoio de frente, amigo.
No Uol, que é da Folha, qualquer comentário que desagrade o Torquemada da Redação é sumariamente retirado. Eles perderam de tal modo a vergonha, que sequer consagram ao assinante o direito do contraditório. Não por acaso, definham, perderam o rumo e berram muito após serem tardiamente desmamados.
Sei não sr. Articulista Silvio Navarro, mas o maior assunto hoje se resume ao: JUSTIÇA POLITICA PARTIDARIA DE ESQUERDA, mas talvez vocês não pensam como nós leitores, essa juizada toda, que vive num estado de MORDOMIA, BENESES E IMPUNIDADES que os beneficiam, criados no sistema da esquerda corruPTa, e ficam vendo o PRESIDENTE correto e de DIREITA, uma hora faz um decreto e retira as mordomias, beneses e impunidades, e os relega a igualdades a todos os trabalhadores que tem que pagar, pelo que comem, vestem, remédios e saúde e moradia; ai sem eles se lembrariam de trabalhar em prol de quem pagam seus salários, igualmente para todos sem cor partidária e na defesa das leis.
Isso, está passando da hora de ser realizado. Mas essa gordura nababesca, tem outras localizações também. Será necessário que a cânula do cirurgião presidente chegue em todos os locais. Local de castas é na Índia. Lugar de esquerdistas, é nos países de primeiro mundo que o adota: Cuba, Venezuela, Coréia do Norte, Argentina e outros que tentam formar a União das Repúblicas Socialista da América Latina – URSAL.E o Daciolo falava disso, e todos gozavam da cara dele.
..Socialistas…
Irretocável sua matéria, Silvio.
Obrigado Luzia! Abraços
Difícil acreditar em tamanha imbecilidade qdo alguém pisoteia uma bandeira , o maior símbolo da nação. Os políticos, por mais queridos ou detestáveis que sejam , pela ótica de cada um, passam . O país fica e é dever de cada um de nós respeitar e resguardar nossos símbolos. Quanta infelicidade e idiotice expressa em um gesto “ impensado “.
Obrigada , Silvio, pelo excelente artigo! 👏👏
Obrigado Valesca! Abs
A questão não é quem é Bebel Gilberto. A questão é que uma pessoa infringiu a lei desrespeitando um símbolo nacional. Num país que visito frequentemente, e onde estou agora, o show teria sido interrompido e a figura seria presa, algemado, e conduzida a delegacia para explicar sua atitude inominável. Certamente seria punida.
Uma brasileira faz da bandeira nacional pano de chão. A diplomacia brasileira aparelhada pelo petismo nada diz, nada faz. Sim, mas… e daí?
Essa imprensa velha que ruiu sua audiência, suas páginas de jornais e revistas, ainda não entendeu que a própria população vem difundindo entre os seus concidadãos a grande trama!!!
Atiram nos próprios pés e descem ralo abaixo, numa correnteza desenfreada.
Entendam uma coisa: jamais verão num futuro próximo, a audiência que obterão as 📺 tvs abertas no próximo período eleitoral.
Terão que passar ao público os feitos do governo federal que são muitos, e as críticas ao modelo passado, a roubalheira instituida pelo “teatro das tesouras”.
Acredito pelo trabalho incansável destas divulgações de feitos nos últimos 3,5 anos pelos brasileiros honestos – MESMO COM PANDEMIA E A GUERRA, mas principalmente pelo atrapalho da velha mídia comprometida, das instituições oficiais aparelhadas, em especial senado federal e o STF – trabalho incansável nas comunidades, nas igrejas, nos clubes, nos ambientes de trabalho, junto aos colaboradores, que como já iniciamos em 2018, 2020 nas últimas eleições pós a retomada da Pátria em 2.013, o EXPURGO DA ESQUERDA PROGRESSISTA, COMUNISTA, será expressivo, e comentado no mundo.
A verdade está prevalecendo. O mau nunca prevaleceu eternamente sobre o Divino, cuja força é incalculável.
Rumo à vitória no 1o. Turno, e ao saneamento das instituições oficiais.
Quem é Bebel Gilberto? ninguém.Cantora medíocre,ganhou sem precisar pedir,dois milhões quando sua tia administrava as verbas da Lei Rouanet Uma cidadã que nunca representou seu país com dignidade.Pisoteia na Bandeira Brasileira,pois acabou a mamata no governo Bolsonaro,apenas isso.Infeliz e inútil.
Isso não é um consórcio, isso é um covil, se já estavam derretendo pela tecnologia, vão derreter mais depressa por insistir em mentir
Esse Consórcio da Mídia é a morte do jornalismo. Bastaria sair apenas um desses pasquins por dia para sabermos qual a versão dos fatos no dia.
Imaginemos tomarmos uma fotografia da mãe ou do pai dela, fazermos um banner, laçá-lo ao chão e pisotear até destrui-lo. Em seguida, postar em todas as mídias possiveis. Qual não seria a reação da ingênua moça??
Obrigado, Sílvio amigo, pelo texto e os merecidos parabéns!
Ainda creio em uma Força Superior agindo em benefício desta nação.
Um abraço Lino!
Em 2018 poucos conheciam Bolsonaro. Eu mesmo não votei nele na época. Após três anos e meio de governo, já conhecendo-o a adesão à sua candidatura é uma decisão mais fácil de tomar.
O “consórcio ” apertou o botão do pânico ,nem eles acreditam neles .