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Placas solares no telhado de um edifício residencial em um dia ensolarado | Foto: Shutterstock
Edição 130

A energia solar aquece o Brasil

E o país da cerveja se rende ao vinho

Bruno Meyer
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O setor de energia solar tem crescido anualmente de 80% a 100% nos últimos sete anos no Brasil. A dimensão continental e o grande potencial de geração de energia solar do país têm atraído empresas estrangeiras para aproveitar o que já é chamado de boom do mercado. “O Brasil é um dos maiores países do mundo, com grande mercado consumidor e uma demanda crescente por energia elétrica”, diz André Gellers, CEO da operação brasileira da SMA, líder global em energia solar, com sede na Alemanha. “É óbvio que a energia solar é atraente para o Brasil, à medida que a gente pode suprir as demandas futuras por energia limpa.” Desde 2016 no país, a empresa alemã e outras estrangeiras chegam e olham o avanço do setor por aqui: em julho, a energia solar fotovoltaica se tornou a terceira maior fonte na matriz elétrica nacional, com 8,1% de participação, atrás das hidrelétricas e da energia eólica, segundo a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).

André Gellers, da SMA: “Estamos contratando” | Foto: Divulgação

A energia atrai dinheiro…

O setor atraiu R$ 35 bilhões em investimentos no primeiro semestre, depois de um 2021 considerado glorioso para o mercado, quando foram investidos R$ 93 bilhões em solos brasileiros. Com isso, o país se tornou a quinta economia que mais atraiu investimentos na área no mundo. Com mais aportes, surgiu uma infinidade de novas posições de trabalhos.

…e gera contratações 

Atualmente, existem 540 mil empregos qualificados no país ligados ao setor de energia solar: de engenheiros e eletrotécnicos responsáveis por projetos e instalações passando pela turma da pesquisa e desenvolvimento até o time de logística, marketing, seguros e recursos financeiros. E a demanda atual pede mais gente. “Buscamos desde a formação em ciências humanas e exatas, como também o pessoal de nível técnico”, diz Gellers. “Queremos profissionais talentosos e principalmente com capacidade de crescer. Estamos contratando.”

Placas solares: R$ 35 bilhões em investimentos no Brasil só nos seis primeiros meses de 2022 | Foto: Divulgação

O sol do agro

O agronegócio brasileiro é um dos mais beneficiados e com maior potencial de vantagens com o crescimento da energia solar. Projetos ligados à irrigação de colheitas ou a secadores de grãos são algumas das formas pelas quais o agro pode mudar com a nova matriz energética. “No campo, muito do seu business depende de geradores a diesel. Estamos trabalhando para substituí-los. O principal é garantir a disponibilidade de energia sem produzir carbono”, diz Gellers. Atualmente, 8% das usinas rurais usam energia solar.

Placas solares: atualmente, 540 mil empregos qualificados existem no país ligados ao setor | Foto: Divulgação

O melhor dia é hoje

Quem trabalha na área tem uma máxima: “O melhor dia para colocar energia solar é hoje e o segundo melhor é amanhã. A cada dia que o sol brilha, você pode converter energia e economizar”. O preço mínimo de entrada nesse mercado não é trivial: está em cerca de R$ 20 mil. Mas o mercado garante que o retorno sobre o investimento é mais rápido do que se espera, numa média de três a seis anos. “O consumidor pode economizar 100% da energia usada e vai ter de pagar apenas a tarifa de conexão com a sua concessionária de distribuição de energia”, diz Gellers.

Energia solar: setor tem crescido de 80% a 100% anualmente | Foto: Divulgação

Sem encargos

Falando nisso… Faltam quatro meses para o fim do prazo de isenção na taxa de distribuição de energia solar, o que faz com que exista uma corrida pela instalação dos projetos, de acordo com quem trabalha na área. O Marco Legal da Geração Distribuída, sancionado neste ano, estabelece regras para a produção da própria energia, como no caso da solar fotovoltaica. De acordo com o texto, quem fizer a instalação de energia solar até 6 de janeiro de 2023 será isento de encargos pelos próximos 23 anos.

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Termômetro digital de rua exibindo temperatura de -4 graus Celsius durante o inverno em São Joaquim, Santa Catarina | Foto: Shutterstock

Nação de vinhos

No universo digital, o vinho gera interesse de 51 milhões de brasileiros, sendo que o público feminino representa 63% desse universo. A atração pelo vinho na internet é tão grande que quase bate quem busca o tema “cerveja” — num país que é famoso por adorar a cervejinha. No Google, os brasileiros fazem 7,5 milhões de buscas sobre vinhos todos os meses, contra 7,7 milhões sobre a cerveja. Os dados são da consultoria Bites, especializada em análise de dados, que fez um mergulho sobre o universo digital de vinhos no país.

Os brasileiros fazem 7,5 milhões de buscas sobre vinhos todos os meses no Google | Foto: Shutterstock

O frio e o vinho

Num país com disparidade de temperaturas, o estudo da Bites mostrou o impacto do interesse pela bebida de acordo com a região e a estação. No inverno, sem surpresas, a procura por vinhos cresce. Os meses de junho e julho atingem o pico de buscas no Google, vindo da região Sul — e Estados do Sudeste, em menor quantidade. No Rio Grande do Sul, as cidades de Gramado e Bento Gonçalves são os pontos em que se originam as maiores buscas. A capital, Porto Alegre, fica apenas em sétimo lugar. Santa Catarina, Urubici, Urussanga e São Joaquim — conhecidas pelas baixíssimas temperaturas em certos meses — se destacam no ranking de maior volume de buscas por vinho.

Vinho digital: 51 milhões de brasileiros têm interesse no tema no ambiente digital | Foto: Shutterstock

O clique da bebida 

As empresas Wine e Evino concentram 10% da audiência dos maiores sites de bebidas alcoólicas do Brasil. São 800 mil visitas mensalmente. Os cinco maiores sites de vinhos do Brasil recebem 1,5 milhão de visitas todos os meses. E 59% do tráfego desses sites têm origem em aparelhos móveis, sobretudo os celulares.

São 1,5 milhão de visitas todos os meses nos cinco maiores sites de vinho do país | Foto: Shutterstock

50 milhões de bebedores 

O mercado consumidor de vinho no Brasil praticamente dobrou de tamanho entre 2010 a 2021, segundo a consultoria Wine Intelligence, alcançando 36% dos adultos, perfil semelhante ao dos Estados Unidos. Foram mais de 50 milhões de brasileiros consumindo vinho em 2021, contra 39 milhões em 2020.

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Leia também “O Mercado Livre, o Mercado Pago e os pneus japoneses”

5 comentários
  1. Renato Perim
    Renato Perim

    No último parágrafo, lemos “entre 2010 A 2021”. Pelo amor de Deus, corrijam isso, que aliás já vi esse erro várias vezes nessa prestigiada Revista. O correto é entre 2010 E 2021.

  2. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Brasil será em breve o primeiro do mundo. Graças a tecnologia, a Bolsonaro é Paulo Guedes. Claro que tem muitos na colaboração

  3. COLETTO ASSESSORIA EM SEGURANÇA DO TRABALHO LTDA
    COLETTO ASSESSORIA EM SEGURANÇA DO TRABALHO LTDA

    EXCELENTE COMENTARIO !!!
    VEJAM QUE UM DOS CANDIDATOS QUER ACABAR COM ISTO QUER O POVO PRECISANDO DE AJUDA DO GOVEERNO PARA COMPRAR O SEGUNDO CEREBRO DO HOMEM – “A BARRIGA”.
    A EXEMPLO DA VENEZUELA, E SE CONTINUAR COM ESTE GOVERNO A ARGENTINA.

  4. Marivone Leite Santana
    Marivone Leite Santana

    4525756
    RENOVE (MENSAL)
    Valor: R$ 23,90
    Validade: 17/05/2022
    Status: Inativa
    Paguei o boleto com vencimento em setembro.
    Já recebi comprovante de pagamento.
    Sua assinatura (#4525756) da REVISTA OESTE foi paga com sucesso!
    Vocês são muito desorganizados.

    1. Assinaturas Oeste
      Assinaturas Oeste

      Marivone, boa tarde. Sua assinatura está ativa e vigente. O acesso está liberado.
      Entraremos em contato via e-mail para passar mais detalhes do ocorrido.
      Agradecemos por sua compreensão.
      Atenciosamente, Revista Oeste

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